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Educador e orador realiza palestra sobre prevenção ao suicídio


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Edmilson Dutra
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Publicado em: 03/08/2018 - 00:00

Após os recentes casos de suicídio na cidade, foi realizado no dia 1º de agosto, na Escola de Samba Unidos do São João, uma palestra com o tema "Religiosidade e espiritualidade como prevenção ao suicídio". Ela foi ministrada pelo educador, orador e colaborador da Aliança Municipal Espirita (Ame), Gustavo Ramalho.  (Confira o vídeo abaixo)

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida todos os dias no mundo. No Brasil, são aproximadamente 11 mil por ano. Essa é a segunda causa de morte entre 15 e 19 anos e a terceira no grupo etário entre 15 e 34 anos. Em Lafaiete, essa realidade não é tão diferente.

De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica de Conselheiro Lafaiete, nove pessoas tiraram a própria vida em 2017 ? seis homens e três mulheres. A maioria (cinco casos) com idade entre 19 e 40 anos. Em 2018, até o mês de abril, a mesma secretaria já havia contabilizado três casos de autoextermínio ? todos os três, homens. Considerando o número total de mortes na cidade, esses casos representam entre 1,2% e 1,3%, mas nos fazem pensar: que tipo de sofrimento é esse, capaz de levar alguém a tirar a própria vida?

Apesar desse ser considerado um tema tabu, afastado das discussões em jornais e meios de comunicação, cresce a concepção de que o silêncio não tem sido uma boa estratégia para se lidar com essa assustadora realidade. Entre jovens e adolescentes, essa já é a segunda causa de morte no país, só perdendo apenas para causas externas, como os acidentes. Por que crianças, adolescentes e jovens têm adoecido a esse ponto? E por que nós, que estamos tão perto, não percebemos os sinais?

Classificando o suicídio como uma questão preocupante para a saúde pública, a neuropsicopedagoga, Renata Fernanda Dias, faz parte da corrente que rechaça a teoria de que falar de suicídio estimula o outro ao suicídio. "Falar de suicídio previne suicídio. Se não falarmos, não iremos compreender, não lutaremos por políticas públicas, não conheceremos ações de prevenção. Nossa sociedade sempre foi e é marcada pela exploração, opressão, desigualdade e individualismo. Nesse sentido, é necessário pensar que toda e qualquer morte traz à tona "algo",  que denuncia a sociedade em que ela acontece. Podemos dizer que nossa sociedade é produtora de doenças.

Um levantamento do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador do Mapa da Violência no Brasil, aponta que, entre 2000 e 2015, os suicídios aumentaram 65% dos 10 aos 14 anos e 45% dos 15 aos 19 anos. Muitos desses casos poderiam ter sido evitados, se as pessoas conhecessem melhor e se tornassem capazes de identificar o pedido de ajuda de quem possui ideação suicida. Segundo Renata Fernanda Dias, na maioria das vezes, ele aparece de forma sutil, disfarçado nesse discurso pessimista. "Devemos ficar atentos e intervir rápido para ajudar quem sofre.  Estar atento a quem é pessimista e repete frases como "a vida não vale a pena", "viver ou morrer tanto faz", "nada faz sentido. É muito importante ouvir a pessoa e falar que existe tratamento. Pode ser que um quadro depressivo esteja se instalando e, quanto mais rápido buscar ajuda especializada, mais rápido sentirá alívio de seus sintomas", explica.

Também é preciso estar atento aos fatores de risco. "Entre os sintomas, podemos destacar a ansiedade, instabilidade das emoções, impulsividade, desesperança, sensação de desamparo e desespero. É algo mais comum entre pessoas que possuem transtornos psiquiátricos em geral (depressão, esquizofrenia, abuso de álcool e outras drogas) ou transtornos psiquiátricos associados às perdas em geral (fim de um relacionamento amoroso, morte de um ente querido, perdas de emprego). Também pode surgir em momentos em que se passa por dificuldades financeiras, durante ou após maus tratos, negligência e abuso sexual e pessoas com histórico de tentativa de suicídio", lista.

 

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