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Saúde descarta vacinação contra a meningite em Lafaiete e Congonhas
Divulgação
Publicado em: 26/10/2011 - 20:01
Fatores como a virulência da cepa bacteriana, o estado imunológico do indivíduo, a existência de aglomerados populacionais e fatores ambientais, como poluição do ar e condições climáticas podem desencadear a doença. Foi o que ocorreu em Ouro Branco, no alojamento da empresa Paranasa.
Sobre a vacinação em outros municípios da região, o secretário Antônio Jorge explicou que “como Congonhas e Conselheiro Lafaiete estão próximas de Ouro Branco é compreensível que a população se preocupe com a vacinação nestes municípios também. Mas ressalto que se estendermos a vacinação para essas cidades cometeremos um erro técnico, pois não há nenhuma indicação para vacinação nestes dois municípios. Os casos notificados nestas cidades estão dentro do esperado e não foi observada nenhuma ligação com o problema em Ouro Branco”.
De acordo com a médica infectologista e assessora da Subsecretaria de Vigilância Sanitária, Tânia Marcial, para que haja a intervenção por meio da vacinação é necessário que existam indicações precisas como, por exemplo, a detecção de três focos distintos de transmissão da doença na mesma região, em um período inferior a três meses, além de um número mínimo de dez pessoas infectadas a cada 100 mil habitantes.
“Este momento é adequedo para que possamos esclarecer, de vez, que não há epidemia, que não há necessidade de se fazer vacinação em massa e em municípios vizinhos. Em Ouro Branco, comprovamos a ocorrência de um surto localizado no alojamento da empresa Paranasa. É preciso deixar claro que essa doença pode se manifestar de forma isolada e que só se caracteriza como surto, quando surgem outros casos dentro de um mesmo espaço, quando se dá o contágio”, esclareceu Antônio Jorge.
Critérios
Nesse episódio de Ouro Branco, segundo o secretário, foi implantada a melhor prática em casos da ocorrência de surtos, que é o bloqueio por antibiótico (quimioprofilaxia) em 1.200 trabalhadores abrigados em alojamentos da Paranasa. Ele destacou ainda quais foram os critérios adotados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), ao priorizar a faixa etária de 04 a 30 anos como alvo da vacinação, iniciada na segunda-feira (24).
“Seguimos os mesmos critérios adotados nos Estados Unidos e em países europeus: é preciso que sejam identificados três focos diferentes na mesma região em um período de três meses, que o número de casos identificados esteja na proporção de 10 por 100 mil habitantes. Como o surto em Ouro Branco se encaixava em todos os critérios, optamos, depois do bloqueio por antibiótico, pelo bloqueio vacinal”.
A faixa etária, segundo Antônio Jorge, também obedeceu a critérios técnicos. “A doença se manifesta, prioritariamente, em crianças e em adolescentes com até 19 anos. Em casos de surtos, a meningite dificilmente acometerá pessoas com mais de 29 anos”. Outro dado importante é que em Minas Gerais, crianças com menos de 04 anos já estão imunizadas contra a meningite, uma vez que o estado foi o primeiro a incorporar a vacina em seu calendário, em 2008, medida que também passou a ser adotada pelo Ministério da Saúde.