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Calor e chuva elevam o risco de dengue


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Fanny Elen
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Publicado em: 24/09/2015 - 00:00

A chuva tão esperada dos últimos dias e o sol, que voltou intenso, mesmo durante o inverno, podem acordar um inimigo que muitos julgam estar dormindo: o mosquito da dengue. Com a elevação da temperatura e aumento das chuvas, o ciclo de reprodução do mosquito vetor da doença, o Aedes aegypti, se acelera. E, em Lafaiete, tem muita gente querendo facilitar a vida do mosquito. Não é preciso ir muito longe para ver o lixo espalhado por toda parte – especialmente em lotes vagos e casas abandonadas. Em Lafaiete, ainda há pessoas que se recusam a receber os agentes da dengue e pelo menos 15% das casas permanecessem sem vistoria. 

De acordo com informações do Instituto Osvaldo Cruz (IOC), não é preciso muito tempo de descuido para que o estrago seja feito: o ovo, que mede aproximadamente 1 mm de comprimento, é colocado pela fêmea do Aedes aegypti nas paredes internas dos criadouros, perto da superfície da água. Em condições favoráveis de umidade e temperatura, o desenvolvimento do embrião é concluído em 48h.  O tempo entre a eclosão do ovo – nascimento – à idade adulta varia de acordo com as condições climáticas, a disponibilidade de alimentos e a quantidade de larvas competindo por alimento em um mesmo criadouro com pouca água, mas geralmente leva de 7 a 10 dias. Em cerca de 8 a 12 dias ele atinge a vida adulta, se alimenta e se reproduz, muitas vezes, dentro da nossa casa e debaixo do nosso nariz. 

Uma fêmea pode dar origem a 1.500 mosquitos durante a sua vida. E cada uma das fêmeas contaminadas pode passar a doença para quantas pessoas ela picar. Os ovos são distribuídos por diversos criadouros – estratégia que garante a dispersão e preservação da espécie. Se a fêmea estiver infectada pelo vírus da dengue quando realizar a postura de ovos, há a possibilidade de as larvas já nascerem com o vírus – a chamada transmissão vertical.

‘Mosquito urbano’

Segundo o IOC, o Aedes aegypti é um mosquito antropofílico, ou seja, vive perto do homem. Por isso, sua presença é mais comum em áreas urbanas e a infestação é mais intensa em regiões com alta densidade populacional e, principalmente, de desocupação desordenada, onde as fêmeas têm mais oportunidades para alimentação e dispõem de mais locais para desovar. Ele está sempre perto do homem e não se aventura às matas, por exemplo. Tem hábitos preferencialmente diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. Mas, como é oportunista, pode picar à noite, quando uma pessoa se aproxima muito do local onde o mosquito se esconde, como embaixo de móveis.

Tempo de cuidados

Do desenvolvimento embrionário à eclosão, os ovos podem resistir a longos períodos de dessecação – até 450 dias em média. Ou seja: eles ficam no local onde foram colocados, esperando apenas a volta da umidade e calor para nascerem. Isso geralmente acontece no verão, mas períodos como o de agora, que há chuvas e sol, podem ser propícios para o seu desenvolvimento. Para evitar essa situação, é preciso desenvolver medidas permanentes para o controle do mosquito, durante todo o ano, a partir de ações preventivas que objetivem a eliminação de focos do vetor. Essa ação depende sobretudo do empenho da população.

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