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Saúde
Saiba quando aquela lesão de fim de semana resultará em cirurgia
Divulgação
Publicado em: 15/02/2017 - 00:00
O verão é a estação ideal para atletas e praticantes de atividades físicas. Quem pode, dedica esses dias, mais longos e mais quentes, a atividades como corridas, caminhadas, passeios de bike e idas à academia. Para refrescar desse esforço todo, uma ida ao clube ou barzinho para aquela cervejinha com os amigos costuma fechar a programação - daí para sofrer um impacto em uma queda ou virar o pé é só um passo. E é nesse embalo que acontecem as lesões traumáticas nos músculos, articulações, tendões, ligamentos e ossos. Entorses, luxações e contusões estão entre os diagnósticos mais comuns entre os atletas e baladeiros de fim de semana.
Conforme explica o médico ortopedista especialista em pés do Hospital e Maternidade São José, Bruno Maciel Braga, a entorse surge de um movimento violento, com estiramento ou ruptura de ligamentos de uma articulação."Atletas de futebol, basquete e vôlei somam entre 10% e 15% de todas as lesões do esporte. O joelho e o tornozelo são as articulações mais comumente lesionadas", afirma o ortopedista. Os sintomas iniciais - dor, inchaço e hematoma - são conhecidos por muitos, mas o que nem todos se dão conta é que eles podem afetar os dois lados da articulação, dependendo das estruturas acometidas.
Normalmente, o diagnóstico é baseado no relato da história do paciente, no exame físico, nos sinais e sintomas encontrados e pelo estudo radiológico do pé e tornozelo. "A palpação é importante para localizarmos pontos dolorosos e avaliarmos a extensão das lesões, mas há outros que podem auxiliar na classificação, indicar instabilidade ligamentar e lesões associadas. É importante excluir possíveis fraturas com o exame de raio-X, principalmente se houver dor intensa e impossibilidade de apoiar o pé no solo. O exame de ressonância magnética é útil para avaliar o tipo de lesão ligamentar, avaliar se houve lesão cartilaginosa e/ou contusão óssea, além de avaliar quais estruturas foram acometidas", explica.
Seis semanas após uma entorse de tornozelo, são esperados 90% de bons resultados e o retorno a um bom nível de função. Porém, o especialista alerta para a possibilidade de alguns sintomas residuais. "Mesmo após seis meses, há ainda uma chance de 20% a 30 % dos pacientes sofrerem com algum grau de desconforto ou leve instabilidade da articulação. A avaliação dos sintomas residuais (dor, inchaço e instabilidade) após três meses de entorse do tornozelo, com tratamento e reabilitação adequados, é feita por meio da avaliação da queixa do paciente, do exame físico e da realização do exame de ressonância nuclear magnética", explica Bruno Braga, destacando que este exame auxilia no diagnóstico de defeitos da cartilagem articular (lesões osteocondrais), aderências e cicatrizes internas dolorosas e inflamadas como sendo a fonte dos sintomas tardios.
Após as entorses de tornozelo, a sinovite, a lesão meniscóide e as lesões de cartilagem são as causas mais comuns de dor crônica. Bruno Braga frisa que a instabilidade crônica ocasiona entorses de repetição do tornozelo, em intervalos variados e de diferentes graus, mesmo em terrenos planos e não necessariamente associadas à prática de esporte. "A instabilidade após o entorse (entorses de repetição) é uma queixa muito comum após o tratamento da lesão ligamentar. Geralmente, está associada à falta de reabilitação, como reforço muscular e melhora da propriocepção - capacidade de resposta muscular automática que auxilia no equilíbrio e na estabilidade da articulação.", afirma o especialista.
Para evitar que esses problemas se tornem recorrentes, o caminho sugerido pelo especialista em pés é estimular a propriocepção. "Ela ajuda a evitar ou conter o estiramento e a ruptura ligamentar do tornozelo durante o mecanismo de entorse. A correção dos déficits de força, flexibilidade e propriocepção são suficientes, na maioria das vezes, para estabilizar e evitar as entorses de repetição", assegura.
Quando operar
Bruno Braga considera que o tratamento cirúrgico pode ser indicado quando não houver melhora com a reabilitação motora. "Pacientes jovens, atletas ou aqueles com muita atividade física diária podem se beneficiar com o reparo e o retencionamento dos ligamentos laterais. A técnica mais comum, empregada no país, é chamada de Bröstrom Modificada. Nela, os ligamentos lesionados são retencionados e reinseridos ao osso, juntamente com um reforço do retináculo (banda ligamentar que segura os tendões). No caso da sinovite crônica, lesão meniscóide e lesões de cartilagem (lesões condrais) sintomáticas, o tratamento é feito, hoje, por meio da artroscopia do tornozelo. Uma técnica minimamente invasiva, permitindo a avaliaçãoda articulação internamente e o tratamento das lesões utilizando câmera de vídeo e instrumentos específicos", finaliza.
Serviço
Dr. Bruno Maciel Braga
Médico Ortopedista, especialista em pés
Endereço: avenida Dom Pedro I,
340, São Sebastião
Telefone: 3769-6950