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Confira o artigo desta semana: Espiritualidade como prevenção ao Suicídio


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Fanny Elen
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Publicado em: 13/09/2017 - 00:00

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Este mês, em referência ao Setembro Amarelo, abordaremos a temática Espiritualidade/Suicídio, buscando elucidar acerca da relevância de implantarmos conceitos de espiritualidade, em especial, no tocante aos jovens, como abordagem estratégica preventiva recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Para tal, busquemos definir espiritualidade e dar-lhes alguns dados sobre o suicídio.

Espiritualidade é uma busca pessoal pela compreensão das questões últimas acerca da vida, do seu significado, a da relação com o sagrado e transcendente, podendo ou não conduzir ou originar rituais religiosos e formação de comunidade. Loureiro et al. (2015). Portanto, introduzir o conceito de Espiritualidade em nossa sociedade é dar-lhe uma condição de perceber algo além do mundo material, e que o indivíduo pode, se preferir, buscar de maneira independente a uma religião ou comunidade religiosa. As religiões são um facilitador para tal processo, mas não obrigatoriamente algo necessário a todos.

A OMS considera o suicídio um problema de saúde pública e produziu dois opúsculos com dados resultantes de pesquisas feitas em todo o mundo, que são verdadeiramente alarmantes:

A cada 40 segundos, uma pessoa morre devido ao suicídio (para cada ato consumado, existem 20 tentativas). OMS (2014)

O Suicídio é a segunda causa de morte para indivíduos entre 15 e 29 anos (observa-se uma drástica redução na faixa etária). OMS (2014)

A faixa etária dos 10 aos 19 anos representou 16,2% do total das internações no SUS decorrentes de tentativa de suicídio entre 1998 e 2003 em Minas Gerais. Abasse et. al. (2009)

Acredito que apenas estes dados já deveriam despertar o interesse do poder público e da sociedade para intervir com as estratégias já recomendadas desde 2012 pela OMS. Mas ainda pouco ou nada se vê na prática, demonstrando um descaso para com uma problemática de tamanha gravidade.

Como nossos artigos tratam sobre Espiritualidade, vamos aqui trazer um dado que apoia a inserção da espiritualidade como fator de proteção ao suicídio. Bertolote et al. (2002) encontraram taxas de suicídio entre 12/100.000 habitantes para o sexo feminino e 40/100.000 para o sexo masculino, entre os ateus. A taxa no Brasil é de 9,4/100.000 para homens e 2,5/100.000 para mulheres de maneira geral (dados da OMS). Ou seja, a probabilidade de um materialista ou ateu, portanto, desprovido de qualquer noção ou vivência de espiritualidade cometer autocídio é muito maior (tanto para homens quanto mulheres). O que não pode nem deve ser generalizado, mas são dados que nos levam a refletir na importância da Espiritualidade como fator de prevenção e diminuição na taxa de suicídio da humanidade.

Conclui-se que o processo de espiritualização da sociedade é necessário. Não nos referimos aqui a uma subjugação de religiões que impõem seus dogmas e produzem a fé cega nos indivíduos, que, muitas vezes, cometem ou tentam tirar suas vidas pela incompreensão dos princípios religiosos que abraçaram superficialmente. Nos referimos à importância de promovermos, em especial, nos jovens, reflexões acerca da vida, sua importância e o quanto um ato impensado pode promover sofrimento a eles e aos seus familiares. Tanto quanto muitas outras estratégias nas áreas psicológica, sociológica e demais ciências que resultarão na diminuição da ideação, tentativa e consumação do suicídio, em especial, pelos jovens, devem ser empreendidas pelo poder público e a sociedade em geral.


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