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Opinião
Editorial: o saldo positivo da pandemia em Lafaiete
Divulgação
Publicado em: 19/05/2020 - 22:08
É deveras constrangedor discutir saldo positivo em época de pandemia, mortes e destruição de empregos, mas em se tratando de Lafaiete, não podemos deixar de destacar os avanços na área da saúde que a Covid-19 trouxe. Para uma cidade que tinha apenas oito UTIs, e outros tantos leitos clínicos no HMSJ, Queluz, São Vicente e no São Camilo, em pouco mais de 55 dias, o município ganha, de uma só vez, mais 10 leitos de UTI, com aparelhos de última geração, inclusive respiradores, no São Camilo, mais 2 na Policlínica Municipal e outros 16 na Maternidade.
Ou seja, de uma cidade com apenas 10 álveos, Lafaiete salta para 28 Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e passa a atender a estrutura mínima de uma cidade polo para receber pacientes com o novo coronavírus e iniciar, paulatinamente, a esperada flexibilização do comércio. Além dos 28 novos centros, nosso município ganhou dezenas de leitos clínicos, principalmente no São Camilo, e credencia-se, como poucas em Minas, a ter estrutura suficiente para tratar e acompanhar a temível, mortal e perigosa Covid-19.
O saldo positivo, portanto, é a estruturação de nossa saúde pública, uma das mais limitadas da região, fruto de anos a fio sem representantes na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e no Congresso Nacional, além da dependência nefasta de Barbacena. Enquanto CL encolhia e via seus hospitais agonizarem, Barbacena crescia e recebia equipamentos de última geração, UTIs aos montes e um hospital regional. Agora, com a Covid-19, as autoridades estaduais tiveram que olhar com mais carinho para uma cidade com 130 mil habitantes, centro de uma região rica, com várias empresas, mas que, ao longo da história, só recebia o ônus dos investimentos, já que os bônus ficavam em outras localidades.
É, portanto, um acerto de contas com a história. De “ovelha negra” do Alto Paraopeba e Campos das Vertentes, Lafaiete passou a ser vista como uma cidade média e que foi esquecida por muitos anos, sendo necessário o aparecimento de uma pandemia, que deixou o mundo de joelhos, para ser vista a suplicar ajuda. É preciso se fazer justiça aos ex-prefeitos, ex-deputados e ao atual prefeito e deputado por Lafaiete. Todos eles, sem exceção, tentaram e brigaram para que a cidade ganhasse status de importante na visão de quem determina e delibera sobre a saúde pública de Minas e do Brasil. Ainda bem!