P. de Souza

Repórter, pescador inveterado e irmão de coração do Korei

Sou suspeito para falar do ser humano Marco Aurélio Rossini, o Korei, já que o considerava irmão do coração e amigo de prosas intermináveis que, de tão boas, poderiam durar uma noite e um dia inteiros. Marcão era daqueles caras porretas e um pescador apaixonado e inveterado, pois fazia de tudo para dar uma pescadinha. Não importava o lugar e nem tampouco a distância: ele pegava o carro, comprava a passagem de avião e ia sozinho e Deus. Costumava passar uma semana junto da natureza e dos peixes, sem matá-los. Aliás, uma das coisas que mais irritavam o Marcão era exatamente a matança desenfreada. Quando muitos pescadores de Lafaiete ainda matavam dezenas e centenas de peixes, Rossini já era pescador esportivo e amante da natureza.

Seu legado como pescador e médico se confundem com a essência da vida humana: o respeito ao próximo, à natureza e aos peixes e animais. Viveu intensamente os seus 62 anos, seja no consultório, com sua família, à beira dos rios, barcos, ranchos, pousadas, na Ma­ternidade, no PA da Unimed-CL, ou simplesmente nos botecos da vida e nos restaurantes, como no velho e bom Forno a Lenha. Para nós, que ficamos neste mundo, resta-nos aceitar os desígnios do Criador, reverenciar a memória do velho Korei e cravar que um dia todos nós nos reencontraremos, pois o sono profundo é a maior de todas as certezas da vida. Quero pedir a Deus que conforte os corações da esposa Verônica, dos filhos, dos familiares, amigos e da secretária Cotinha, companheira de longa data. Descanse em paz, Marco Aurélio Rossini, pescador inveterado e médico nas horas de folga.

06/09/1959      † 26/04/2022