Mais Lidas
Leia Mais
Saúde
Como a pressão alta pode causar um parto prematuro durante a gravidez
Divulgação
Publicado em: 12/05/2023 - 20:20
A gravidez é um dos momentos mais marcantes na vida de uma mulher, mas também está relacionada a uma série de mudanças no organismo. O corpo passa a se adaptar para alojar e nutrir o feto ao longo dos nove meses de gestação, mas nem sempre esse tempo consegue ser respeitado. Por diversas questões de saúde, é comum que ocorram partos prematuros e o bebê precise ser retirado antes da hora, um risco que pode aumentar ainda mais quando a mulher sofre de hipertensão arterial.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, anualmente, o Brasil tem cerca de 340 mil partos prematuros, algo em torno de 931 bebês por dia ou seis a cada 10 minutos. Isso coloca o país entre as 10 nações com mais registros de casos ao redor do globo, apresentando até mesmo o dobro do índice de alguns países europeus. Estima-se que mais de 12% de todos os nascimentos em solo brasileiro aconteçam antes das 37 semanas, que seria o tempo mínimo de uma gestação saudável.
A maioria dos bebês prematuros é considerada “intermediária”, quando nasce entre 28 e 34 semanas. Os casos mais preocupantes são os chamados “prematuros extremos”, cujo nascimento acontece antes da 28ª semana, quando os órgãos ainda não estão completamente desenvolvidos e o risco de vida é alto. Quando sobrevivem, pode ser necessário passar semanas ou até meses internados, além de correr um risco maior de enfrentar diversos problemas intelectuais e de saúde no futuro.
Dentre os diversos motivos que podem levar a um parto prematuro, a hipertensão arterial é um dos mais preocupantes. Poucos sabem, mas as mulheres são mais propensas a desenvolver o problema do que os homens, representando 26,4% dos diagnósticos no país (contra 21,7% do sexo masculino). A doença tende a aumentar com o passar dos anos, atingindo um nível mais crítico na terceira idade, porém as mudanças que a gestação causa no corpo podem manifestar seus sintomas com mais facilidade.
A hipertensão arterial é uma doença crônica, caracterizada pelo alto nível da pressão do sangue nas artérias, o que é identificado pela marca 14/9 ou superior nos medidores. No geral, não é uma enfermidade que causa sintomas, mas pode elevar o risco de desenvolver diversos problemas de saúde, com destaque para as doenças cardíacas e o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Já no caso da gravidez, a hipertensão pode levar a um quadro de pré-eclâmpsia, que costuma ser identificado a partir da 20ª semana de gestação.
Também conhecida como Síndrome Hipertensiva da Gravidez, ou pela sigla DHEG (Doença Hipertensiva Específica da Gravidez), a pré-eclâmpsia ocorre em aproximadamente 1,5% de todas as gestações em mulheres brasileiras, sendo um problema comum e perigoso. A gestante passa a apresentar um quadro frequente de pressão alta, que por sua vez diminui o fluxo sanguíneo levado ao bebê. A partir disso, a saúde do feto está em risco constante.
Quando a gestante desenvolve um quadro de pré-eclâmpsia, o bebê pode apresentar problemas no desenvolvimento, displasia broncopulmonar e, em alguns casos, até mesmo ir a óbito. Também existe o risco de a placenta se descolar precocemente, levando a um quadro de insuficiência placentária. Por isso, na maioria das vezes, é necessário realizar um parto prematuro para salvar a vida do bebê, pois acaba se tornando insustentável manter a gestação nessas condições.
O mais preocupante é o fato de a hipertensão arterial ser um problema silencioso, algo que pode pegar muitas mães de surpresa. Contudo, é possível prever um grau de risco através dos exames pré-natais e do histórico médico da mulher. Algumas pessoas já possuem uma predisposição natural para desenvolver pressão alta, então, mesmo que nunca tenha apresentado nenhum indício, é importante tomar todas as precauções necessárias ao longo da gestação.
Ainda existem alguns fatores de risco que podem contribuir com a hipertensão na gestação. Na primeira gravidez, as chances são maiores, especialmente caso a gestante tenha menos de 20 anos de idade (o oposto também acontece, então mães com mais de 40 anos também correm mais riscos). Outras enfermidades como diabetes, anemia e doenças renais também contribuem com uma pressão arterial mais elevada.
Quando já existe essa predisposição, o acompanhamento médico ajudará a manter a pressão da gestante controlada até o fim da gestação, por isso é indispensável manter consultas regulares com profissionais especializados. Algumas mulheres ainda podem apresentar sintomas como dor de cabeça que vai até a nuca, inchaços nos braços e nas pernas, visão embaçada e fotofobia (sensibilidade à luz). Esses costumam ser sinais de hipertensão, então é importante ficar atento.
Os cuidados ao longo da gestação precisam ser constantes. Além das consultas, é importante que a gestante controle bem sua dieta e evite ao máximo o excesso de sal, que eleva a pressão arterial. O uso de glutamina também costuma ser indicado por ser um suplemento ideal para melhorar o sistema digestivo e imunológico, além de ajudar a controlar a pressão do sangue.