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Caminhos das Fazendas do Ouro de Sant’Ana: uma Minas Gerais do século XVIII, rural, esquecida
Divulgação
Fotos: José Geraldo/ divulgação
Publicado em: 24/08/2023 - 18:30
Vários são os caminhos que interligam a Estrada Real. Participamos desse grande projeto do estado de Minas Gerais, porque o Alto Vale do Piranga ainda guarda majestosas fazendas, que a partir dos anos 1720, produziram alimentos, que venderam a “peso de ouro” para a região do Ouro Preto. Caso exemplar daquelas de Santa Ana do Morro do Chapéu, (hoje, dos Montes verdejantes) aonde portugueses vindos da Bahia, aqui, se estabeleceram naquela atividade de prover víveres para o Ouro Preto e cercanias.
Fazenda Bom Retiro
Mais ao norte dessa singela terrinha, em suas fronteiras com as cidades de Queluz e das Itaveravas, vamos num galope por algumas fazendas e montanhas mágicas de histórias a encher os olhos: Saindo da graciosa praça antiga de Santa Ana rumaremos à Fazenda da Paciência. O passeio deve ser feito montado em veículos 4x4 dado as distâncias, (cavalos e bikes podem fazê-lo parcialmente). Ali ao pé do monte bandeirista da Paciência, seremos recebidos e hospedados por Javer Leôncio e sua guarda, ao melhor estilo da comida de referências escravas setecentista.
Fazenda da Rocinha
Entre os museus da Fazenda Paciência, uma homenagem e uma reflexão à triste memória da escravidão, que afinal construiu essas Minas. A fazenda hotel, com excelente estrutura de lazer e hospedagem tem na sua musicalidade a viola, no imergir cultural o boi e sua rotina. Tomemos de Minas a estrada: a partir dali vamos para uma parada na Fazenda Bom Retiro.
Essa maravilha arquitetônica, cuidada por Robertinho Dutra e família é outra joia da coroa (que aguarda a devida atenção do poder público no seu constitucional papel de proteção do patrimônio cultural). Essa não está aberta a visitação em seu interior, assim como nossa próxima parada, a Fazenda da Rocinha. Maravilhe-se, (com a devida calma e prazer devido e merecido) esses caminhos mágicos, onde o tempo parou no século do ouro.
A Fazenda da Rocinha (assim como a do Bom Retiro) estão em terras de Marília de Dirceu, melhor de Itaverava. A monumental Rocinha, cuidada por Nelington Nogueira e família é um dos trechos de passagem entre Santana e o Alto Vale do Piranga, entre as Villas e Fazendas que nos legaram tão rico patrimônio. Apeie, fotografe. Eternize também esse momento a se contar para os seus. Da Rocinha à cidade de Santana serão mais 8 km. No meio desse caminho, te esperam o casal Luiz Cláudio e Daniela, no Chalés dos Montes já a 4 km de Santana.
A pousada, de arquitetura moderna e que lembra a rusticidade de uma Lavras Novas tem, no entanto, seus encantos únicos. A começar pela recepção dos anfitriões, (uma experiência a ser sentida também na comida excelente ali provida com sabores inesquecíveis). Abra os olhos e se deixe contagiar pelas montanhas ao derredor, descontamine-se das poluições cosmopolitas. A pousada conta com fogo de chão, piscina com hidromassagem, redário com vista para montanhas.
Os proprietários programam trilhas a pé, de bike ou jipe promovendo uma conexão com a natureza (montanhas, rios, cachoeiras). Uma expedição de uns 20 km, em torno de uma Minas rural, esquecida e tão rica de seu patrimônio cultural.Na próxima prosa, vamos rumar em direção aos castelos mineiros do sul das terras de Santa Ana: Fazendas que hospedam, em igual riqueza de experiências ricas para a alma.
Por José Geraldo
Agente cultural em Santana e pesquisador das histórias e encantos do Alto Vale do Piranga
Mais informações de horários e agendamento nas Secretarias:
Cultura de Santana (secretária Fabiana) 31 3726 1128
Javer Leôncio (Fazenda Hotel Paciência) 31 98451-3055
Dani e Luiz (Pousada Chalés dos Montes) 31.99532-8066
José Geraldo é agente cultural em Santana e pesquisador das histórias e encantos do Alto Vale do Piranga.