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Alguns pedidos aos professores
Divulgação
Publicado em: 26/12/2013 - 17:44
A esse pedido segue um segundo: fale aos seus alunos sobre essas novas exigências do MEC e das Secretarias de Educação. Eles precisam saber sobre as competências e habilidades sociais e cognitivas que precisam desenvolver em cada nível de escolaridade. Precisam, ainda, entender porque os conteúdos estão sendo cobrados da forma como as questões têm sido elaboradas nessas avaliações.
As orientações que vêm do MEC e das Secretarias de Educação estão fundamentadas em marcos teóricos e metodológicos de grande rigor técnico e científico e precisam ser acatados, ainda que quase sempre elaborados por técnicos sem a experiência de sala de aula. Mas, antes de serem enviadas às escolas, as questões são testadas, de forma anônima, em várias escolas e revisadas de forma muito séria. Ainda acredito nisso.
Só que, em muitas escolas, as informações e orientações não chegam às mãos dos professores por negligência e imperícia de diretores. Outras vezes, o excelente gestor ainda depara com docentes que sucateiam tudo que chega à escola, não estudam e são preconceituosos com tudo que é proposto. Os diplomas desses docentes estão vazios de sabedoria. Assim o aluno passa a ser a cara do professor e fica pelo meio do caminho, fazendo tudo a meia boca.
Está preocupante ver como muitos alunos já no nono ano ainda não identificam uma informação explícita e muito menos uma informação implícita. Vivem instrumentalizados por tecnologias, mas muitos estão tão programados quanto seus instrumentos. Apenas repetem procedimentos padronizados, sempre pensando dentro do quadrado, enquanto o mundo está exigindo habilidades e competências para uma cidadania crítica e para domínios técnicos científicos capazes de atender as realidades em forte ebulição.
Um terceiro pedido aos docentes é que trabalhem de forma interdisciplinar. Ainda não fazemos isso de forma plena, mesmo nas faculdades. Nessas, a coisa parece estar pior ainda. Se essa prática fosse efetiva em nossas escolas, creio que o desempenho dos estudantes seria superior ao que estamos assistindo. Eles fazem muitas provas e trabalhos que ficam apenas na superfície do conhecimento de cada disciplina. Por isso os resultados das avaliações oficiais têm se mostrado medíocres. E essa mediocridade tende a aumentar, se não agirmos diferente.
Um último pedido, nesse momento, é que busquem fontes que auxiliem o trabalho de vocês na preparação dos descritores com os alunos. O Youtube hoje se tornou uma ferramenta de primeira linha para nós. Lá é possível encontrar charges e pequenos vídeos que podem ser amplamente explorados. Alguns foram criados com finalidade didática mesmo, outros podem ser adaptados. Isso exige só um pouco de criatividade de nossa parte.
Enfim, ainda estamos imersos em antigos padrões, quando outros novos já estão sendo formulados e estão longe de serem absorvidos. Só uma educação capaz de se articular a partir deles, mas sem submeter cegamente aos seus limites deveria ser chamada de educação. O resto não passa de mero treinamento. E não é isso que estamos propondo.