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Você sabe o que é deficiência de G6PD?
Nutricionista pós-graduada em Nutrição Clínica e Esportiva
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Publicado em: 22/12/2022 - 00:00 |
Muito confundida com uma alergia alimentar, a deficiência de G6PD é uma doença genética caracterizada pela produção insuficiente da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), ou por seu funcionamento inadequado. O problema, conforme destaca a nutricionista Graziele Mendes (foto), é que essa enzima é de extrema importância, uma vez que é responsável por proteger as células dos danos causados pelos radicais livres, além de manter os glóbulos vermelhos saudáveis. “O funcionamento incorreto dessa enzima pode resultar na destruição dos glóbulos vermelhos, consequentemente, gerando o desenvolvimento da anemia hemolítica”, explica.
E, nesse caso, a origem nem está na alimentação, como costumamos pensar quando falamos de anemia, de forma geral. A deficiência tem transmissão genética e está ligada ao cromossomo X, mas acomete ambos os sexos. “Cabe ressaltar que existem os chamados fatores precipitantes ou agentes agressores, que funcionam como uma espécie de ‘gatilho’, acelerando a oxidação e o rompimento das hemácias. Podem ser, por exemplo, medicamentos – neste caso, o médico, ao diagnosticar a deficiência, deve emitir uma lista ao paciente, para que não as inclua em nenhum tratamento – além de bolas de naftalina, corantes (que devem ser mantidos bem longe dos portadores) e até mesmo infecções bacterianas ou virais”, situa.
Mas se a causa não está no prato, a melhoria no quadro de saúde e qualidade de vida. A orientação, segundo Graziele Mendes, manter uma alimentação baseada em alimentos naturais é primordial, uma vez que os alimentos industrializados contêm corante: “Evitar balas, chicletes, pirulitos, sorvetes, bolachas recheadas, entre outros, já é um hábito benéficos para todos nós, mas se torna muito importante nos casos de deficiência de G6PD. Isso não quer dizer que esses itens sejam proibidos: é necessário ler a lista de ingredientes, pois alguns corantes são permitidos”. E os cuidados se estendem a outros itens que também podem entrar em contato com o nosso organismo: “Todo cuidado é pouco! É preciso observar todos objetos usados, como pasta de dente, massinha de modelar, etc. tudo que possuir corante pode ser contraindicado”, acrescenta.
Quem tem deficiência de G6PD precisa realizar exames periódicos, e se houver um grau de anemia, é importante que ele seja supervisionado periodicamente, por meio de um hemograma. Também é preciso observar a hemólise com marcadores simples LDH (lactato desidrogenase), bilirrubina total e frações e as possíveis infecções, que devem ser diagnosticadas e tratadas o mais rápido possível”.
Como diagnosticar
O diagnóstico pode conhecido bem cedo, por meio do teste do pezinho ampliado, ou em qualquer fase da vida através do teste genético. E a partir daí, o paciente precisa se submeter a uma série de cuidados: “A deficiência de G6PD não tem cura ou tratamento, pois a baixa quantidade de enzima irá prosseguir por toda vida. Os portadores podem levar uma vida normal, mas é indispensável o acompanhamento com o profissional hematologista, para que a deficiência não vire doença, evitando o desenvolvimento de anemia hemolítica. Ainda segundo Graziele, os sinais de que a criança está hemolisando são: palidez, cansaço extremo e sonolência, urina escura e o aspecto amarelado da pele. Quando se observa alguns desses sinais (principalmente os dois últimos), procure um pronto atendimento imediatamente”, finaliza.