Mais Lidas
Leia Mais
Saúde
Usando a internet como bula, lafaietenses se expõem aos riscos da automedicação
Divulgação
Publicado em: 17/11/2016 - 00:00
Dor de cabeça, enjoo, azia, dor de barriga, enfim, quem nunca tomou um "remedinho" por conta própria? Na maioria das vezes, resolve, ameniza, mas aí se o incômodo volta, lá está o analgésico, de novo, como solução. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) são aprovados pelas autoridades sanitárias para tratar sintomas e males menores. Esses medicamentos são disponíveis sem prescrição ou receita médica devido à sua segurança e eficácia, desde que utilizados conforme as orientações disponíveis nas bulas e rotulagens. Porém, se os sintomas persistirem, é imprescindível que se procure um médico.
Conforme explica o cardiologista Emerson Carvalho Leão, diariamente, milhares de pessoas fazem o uso de medicamentos sem prescrição. Dados da OMS apontam que, em todo o mundo, mais de 50% de todos os medicamentos receitados são dispensáveis ou são vendidos de forma inadequada. 50% dos pacientes tomam medicamentos de forma incorreta.
Emerson Carvalho Leão alerta quanto aos perigos que esse procedimento pode trazer à saúde. "A automedicação pode acarretar o agravamento de uma doença, uma vez que a utilização inadequada pode esconder determinados sintomas. No caso dos antibióticos e anti-inflamatórios, a atenção deve ser redobrada, principalmente em crianças e idosos", orienta o cardiologista, acrescentando que o uso abusivo desses remédios pode favorecer o agravamento da doença em curso.
Como muitas pessoas acreditam que apenas os medicamentos de tarja vermelha ou preta podem ser prejudiciais, caso sejam tomados sem orientação médica, esse comportamento já pode ser considerado um problema de saúde pública: "Com o amplo acesso à pesquisa na internet e a facilidade em adquirir medicamentos sem receita, muitas pessoas deixam de consultar um profissional da saúde. Muitas vezes, os pacientes se identificam com os sintomas descritos e, por si só, fazem combinações de medicamentos que jamais poderiam ser utilizados juntos, contribuindo com a piora do quadro clínico".
Desde 2010, a venda de antibióticos é feita com a retenção, pela farmácia, de uma via da receita médica. A partir de 2013, as vendas desta medicação passaram a ser controladas eletronicamente. De acordo com o Ministério da Saúde, o objetivo é tornar mais rigoroso o acesso ao medicamento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) considera a venda de medicamentos sujeitos à prescrição médica sem apresentação da receita um problema grave de saúde pública. A cultura da automedicação e a falta de controle sobre a dispensação desses produtos em farmácias e drogarias são fatores que comprometem toda a cadeia de vigilância sobre a produção e utilização de medicamentos no país.
Recomendações
A Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip) defende o uso responsável dos MIPs, em que os indivíduos fazem a utilização de medicamentos, com segurança, qualidade e eficácia comprovadas, para tratar sintomas e males menores já diagnosticados ou conhecidos. A Abimip orienta os usuários a procurarem o médico quando os sintomas persistirem, piorarem ou se o paciente tiver uma recaída, se surgirem efeitos não desejados, houver dores agudas. A orientação também vale no caso de estiver tentado um ou mais remédios sem sucesso, se estiver convencido da gravidade dos seus sintomas ou se o paciente tiver problemas psicológicos, tais como ansiedade, inquietação, depressão, letargia ou agitação. Além desses casos, é importante que se dê atenção especial na administração em casos de gravidez e aleitamento, assim como em bebês e crianças.
O cardiologista Emerson Carvalho Leão recomenda estar atento aos sintomas e a persistência destes, além do cuidado com as pesquisas. "A recomendação, hoje, é para que as pessoas evitem fazer pesquisas comparativas com os seus sintomas na internet e sempre procurem orientação médica antes de tomar qualquer medicamento", finaliza.
Serviço
Hospital e Maternidade São José
Dr. Emerson Carvalho Leão
Cardiologista
Endereço: avenida Dom Pedro I, 340, São Sebastião
Telefone: 3769-6950