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Mutirão oferece oportunidade gratuita para reconhecimento de paternidade
Divulgação
Publicado em: 03/10/2018 - 00:00
processo de constituição de
uma família nem sempre é algo simples e natural. Em todo o país, há inúmeros
casos de crianças e adolescentes que crescem e até chegam à maioridade sem a
paternidade ou maternidade reconhecida. E essa é uma questão que vai além de um
nome no documento: a pessoa perde a oportunidade de estabelecer laços e fica
privada de direitos como, por exemplo, a regularização da pensão alimentícia.
É para corrigir questões como essa que a Defensoria Pública de Minas Gerais,
com o apoio do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), abriu na
segunda-feira, 17 de setembro, as inscrições para a 6ª edição do "Mutirão
Direito a Ter Pai". A iniciativa chegará a 43 cidades do estado ? inclusive,
a Conselheiro Lafaiete ? criando a oportunidade de realização de 1.150 exames
de DNA gratuitos e o auxílio na resolução de outras questões relativas à
paternidade.
De acordo com o defensor público especialista em Família e Sucessões Jonathas
Som Machado, todas as pessoas que não têm em seu registro de nascimento o nome
do pai ou da mãe podem participar. "O objetivo é possibilitar, de modo
extrajudicial, que seja investigada a paternidade/maternidade de pessoas sem o
nome do pai ou mãe no registro. Será realizado exame de DNA gratuito, caso o
suposto pai/mãe, tenha dúvidas e deseje o exame. No caso do reconhecimento
espontâneo, ou seja, sem o DNA, as pessoas já sairão com ofício para
regularização junto ao cartório da paternidade/maternidade a ser reconhecida",
explica.
Para se inscrever, é necessário que o interessado compareça à sede da
Defensoria Pública, entre 17 de setembro e 31 de outubro, e faça sua
inscrição. Toda orientação sobre quais documentos trazer no dia do Mutirão,
assim como o que se precisa do suposto pai/mãe, será fornecida pelos servidores
da Defensoria Pública no ato da inscrição. "O Mutirão ocorrerá em 23 de
novembro e os resultados dos exames de DNA serão entregues até o dia 8 de
fevereiro de 2019. Todo procedimento é gratuito, inclusive a averbação
cartorária", assegura o defensor público. Vale lembrar que o suposto
pai ou mãe pode se negar a fazer o exame. "Neste caso, será ajuizada ação
de investigação de paternidade com retificação do registro civil, sendo que a
negativa na Justiça gera prova contrária em relação ao pai/mãe que se
nega", alerta Jonathas Som Machado.
Por que participar do mutirão
Conforme situa Jonathas Som Machado, o Mutirão é uma oportunidade única de
solução rápida e gratuita para tal questão. "Fora da campanha, pedidos de
reconhecimento de paternidade são comuns. Há uma demanda de ações muito elevada
na Justiça, que normalmente tramitam lentamente com elevado grau de
burocracia", explica. Reconhecida a paternidade, a mãe ou o pai pode
contar com o suporte da Justiça para reivindicar outros direitos da criança.
"Caso sejam hipossuficientes econômicos, com renda abaixo de três salários
mínimos, terão o suporte da Defensoria Pública", garante.
Mas é importante estar atento aos prazos. Isso porque a quantidade de exames de
DNA disponibilizada na campanha é limitada: "O projeto é da Defensoria
Pública, que promove o evento com atendimento e divulgação, em parceria com o
TJMG, que fornece o laboratório conveniado. Neste ano, foi disponibilizada para
Conselheiro Lafaiete a realização de até 15 exames de DNA, de modo que é
importante a inscrição o quanto antes, sob o risco de exceder este limite já
estabelecido", alerta.
Reconhecimento socioafetivio
A novidade do Mutirão deste ano é que será permitido o reconhecimento socioafetivo,
ou seja, de pais e mães não biológicas, que nutrem relação paterno-filial com o
suposto filho serão assistidos nessa oportunidade. "Neste caso, somente
será feito o termo de reconhecimento, caso no registro de nascimento não exista
o nome do pai ou da mãe biológica", pontua. O reconhecimento socioafetivo
gera os direitos e deveres que o pai ou mãe biológicos têm.
Mutirão em números
De acordo com os dados fornecidos pela Defensoria Pública, no mutirão do ano
passado foram atendidas 64 pessoas, com realização de sete exames de DNA, sendo
quatro positivos e três negativos. Ainda houve o reconhecimento espontâneo de
três paternidades, ou seja, sem exame de DNA. Em razão da negativa de realizar
o exame ou ausência do suposto pai no dia do Mutirão, foram ajuizadas duas
ações investigatórias de paternidade.
Serviço
Mutirão Direito a Ter Pai
Inscrições: 17/09 a 31/10
Local: Defensoria Pública
Endereço: rua José Nicolau
de Queirós, 50, 4° andar
Mais informações: 3762-3847