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As pescarias de Paulo Bellavinha
Divulgação
Publicado em: 05/08/2011 - 20:36
Ótima pesca, menos para Joãozinho, que com seus 5 aninhos nada pescava. Na hora do lanche, o irmão Paulo e o primo Saulo colocaram, às escondidas, um lambari no anzol do Joãozinho, já que a linha de sua varinha de bambu estava dentro d’água.
Foi uma festa quando o peixinho foi retirado. Ali começava, com um ato tão singelo, a “Saga do Bom Pescador”.
Paulo, na década de 40, já pescava na região de Barro Vermelho, hoje a cidade de Três Marias. A atenção que dispensava à turma da pescaria, parentes ou não, sempre foi marcante; impecável. Todo o farto material de pesca de que dispunha colocava à disposição de todos. Estava sempre participando das montagens e desmontagens dos acampamentos. Na cozinha, era famoso o arroz que fazia para a turma. Consertava as varas de pesca colocando ponteiras que ele mesmo fabricava para todos do acampamento. E os presentes? Cadeiras para beira de rio, telas protetoras contra insetos (para a cabeça), tubos para transporte de varas, entre outros, para o conforto do pessoal.
E as brincadeiras? Gozava de quem perdia algum peixe tentando retirá-lo da água.
Peixe que Paulo pescava era para comer, e sempre respeitando as medidas. Às vezes, ranhetava: era quando os peixes não eram fisgados. Ai ele culpava a Lua, o barulho, a água fria... Junto com o filho, Leonardo, comprou um maravilhoso trailer norte-americano. Super confortável. Servia aos amigos, também, porque tem seis leitos. Em uma de suas pescarias em grandes rios, pescou uma arraia com mais de 30kg. Soltou-a, é claro. A proeza, registrada no Pantanal, está registrada em DVD.
Durante décadas, Paulo e eu pescamos nas redondezas de Lafaiete; sempre aos sábados. Pastéis, sanduíches, cervejas, papos sobre esporte, cinema, política, música, literatura, confidências... A saudade dele ainda dói muito em mim... e em todos os que o conheceram, com certeza.