25º
Cons. Lafaiete

Ex-operários da Açominas tentam reaver ações que venderam


Divulgação



Publicado em: 27/05/2010 - 16:57

O auditório do Legislativo ourobranquense ficou lotado de ex-metalúrgicos da Açominas e seus familiares para uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. De acordo com os parlamentares, a reunião teve como objetivo discutir as denúncias de fraudes na venda de ações que os trabalhadores receberam quando ocorreu a privatização da siderúrgica.

Em texto encaminhado a imprensa, a assessoria de comunicação da Assembléia apresentou o detalhamento da reunião que deve ter prosseguimento no dia 16 de junho em Belo Horizonte. O deputado Durval Ângelo (PT), presidente da comissão, disse que recebeu denúncias de que agentes da Gerdau teriam influenciado os metalúrgicos a venderem suas ações a preços irrisórios: "Sabemos que a siderurgia tem lucros exorbitantes e os salários que pagam não acompanham esses lucros. Chamam os metalúrgicos para serem sócios apenas no prejuízo. Por isso entendemos que este é um caso de direitos humanos", afirmou o deputado.


De acordo com a Assembléia, pelos relatos feitos por sindicalistas e antigos empregados da Açominas, a comissão recuperou a história da privatização. Em 1993, por exigência da lei, a empresa teve que entregar 5.170 lotes de ações a seus empregados, e criou uma comissão para assessorá-los. Ao final de dez anos, as ações teriam que ser compradas pelos metalúrgicos ao preço original, que era de R$ 4.611,00.


Muitos correram a aceitar a oferta, considerando que aquele valor, na época, correspondia a 40 salários mínimos. Em 2007, um lote daquelas ações passou a valer R$ 194 mil, e hoje mais ainda. Sentindo-se lesados, os ex-metalúrgicos contrataram advogado para provar as manobras fraudulentas da comissão e tentar reaver o que perderam. Centenas de ações estão em andamento na Justiça.


O deputado Durval Ângelo explicou: "Não estamos aqui para vender ilusões. Nosso poder para interferir nessa questão é muito escasso, mas apoiamos a luta política de vocês para conseguir uma reparação até o final, porque o processo de privatização no Brasil foi um vergonhoso processo de opressão dos trabalhadores", disse.
O deputado Vanderlei Miranda (PMDB) entendeu que naquela reunião estavam apenas os prejudicados, e apresentou requerimento de uma nova audiência na Assembléia Legislativa no dia 16 de junho. O objetivo é reunir representantes da Gerdau, dos ministérios públicos Federal e Estadual, da Comissão de Valores Mobiliários e dos sindicatos, para ouvir os argumentos do lado empresarial e avaliar as possibilidades jurídicas de intervir.


Presidiram a reunião os deputados Durval Ângelo (PT) e Vanderlei Miranda (PMDB). Também participaram do encontro, o presidente da Associação dos Compradores das Ações da Açominas, Geraldo da Silva Filho; da Federação Democrática dos Metalúrgicos, Gilberto Antônio Gomes e Oraldo Soares Paiva; o advogado dos metalúrgicos, Rui Barbosa Santana da Silva; a presidente da Câmara Municipal de Ouro Branco, Maria Aparecida Junqueira Campos e a chefe de gabinete da Prefeitura, Nilma Aparecida da Silva. O texto foi encaminhado pela assessoria de comunicação da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

 

 

Mais notícias

Vídeos