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Lafaietenses aprovam lei que proíbe canudos de plástico
Divulgação
Publicado em: 08/05/2019 - 15:08
Recentemente, a Câmara de Lafaiete aprovou a Lei 5.960, que obriga o fornecimento de canudos de papel biodegradável ou reciclável em restaurantes, lanchonetes, bares e similares, bem como por vendedores ambulantes, no município de Lafaiete. A lei entra em vigor em abril de 2020. E para saber a opinião das pessoas sobre o assunto, fizemos uma enquete em nosso site, e 70% dos participantes aprovaram a iniciativa. Nossa equipe também foi às ruas na manhã de sábado, dia 27 e ouviu o que os lafaietenses andam pensando sobre o assunto.
Para algumas pessoas, como a dona de casa Clarice dos Santos, 19 anos, o hábito de não usar canudos já faz parte do cotidiano, mesmo antes da lei entrar em vigor. “Geralmente bebo na garrafinha mesmo. Parece algo muito simples, mas acho importante pensar nisso pela minha filha Maylla, de 2 anos. Temos que buscar essas ações para reduzir a poluição e agredir menos o meio ambiente. Os canudos vão todos para o lixo, e em alguns casos, os animais comem e até morrem por causa disso”, opina a moradora do Resende (zona leste).
O mundo que deixará para o filho, o pequeno Heitor, de apenas 9 meses, também é o que faz a auxiliar de cozinha, Isa Mara Lorena Fernandes, 23 anos, considerar a lei importante: “Se é bom para a natureza, é bom para gente. O plástico demora muito tempo para se decompor. Então, deixar de usá-lo é sempre positivo. Temos que pensar nessas coisas no nosso dia a dia. Eu, por exemplo, não jogo papel no chão: levo na bolsa até achar uma lixeira. Sou assim e quero ensinar isso para meu filho, Heitor, de 9 meses. Ele é meu bem mais precioso e eu penso muito no que vou ensinar a ele”.
Morador do bairro São Dimas, o fiscal de loja Diego de Oliveira Silva Nunes, 21 anos, confessa que nunca havia parado para pensar sobre o assunto, mas se mostra aberto a aderir à nova ideia: “Olhando assim, é uma lei importante, porque o canudo causa poluição. O que faço pelo meio ambiente é não jogar papel no chão. Nunca parei para pensar o que acontece com o canudo, mas deixaria de usar, sem problema, porque não tem tanta necessidade, é mais uma questão de costume”, pondera.
Mais experiente, o representante comercial Nelson Alencar, 54 anos, considera que a lei até pode ser boa, mas que seu sucesso está atrelado a outros fatores, como a fiscalização e até á cultura do brasileiro. “Se as pessoas não se conscientizarem, de nada adianta ter lei”, afirma. Para o morador do Centro, também é preciso avaliar se o biodegradável é, de fato, a melhor opção. “Será que ele resolve mesmo o problema do ponto de vista ecológico? Mil unidades de um biodegradável podem custar R$250 e de um comum, R$10. E aí você fecha a fábrica desse canudo comum e coloca vários desempregados na rua”, avalia.
Para Nelson Alencar, a saída poderia estar em investir em iniciativas nacionais mais viáveis econômica e ecologicamente: “Há pouco tempo, li uma reportagem sobre um brasileiro na Amazônia que fez um canudo de bambu, que custa 15 vezes menos que o biodegradável - e ainda é melhor. Mas os empresários não valorizam o que é nacional. Nasci no Pará, no meio da Amazônia, onde temos a maior floresta do mundo, e vejo que se o ser humano se puder destruir a natureza para ganhar dinheiro, ele vai fazer isso. Então, será que as pessoas se preocupam mesmo com a natureza? Elas pensam no canudo, mas precisam pensar no lixo que jogam nas ruas e que provoca as enchentes. O poder público tem os erros deles, mas as pessoas também”, finaliza.