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Poços artesianos estão com risco de contaminação


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Jornal Correio
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Publicado em: 19/06/2019 - 11:24

Um estudo realizado pelo Instituto de Geociência da Universidade de São Paulo mostrou dados inéditos sobre a  importância das águas subterrâneas do país. De acordo com a pesquisa, 17,5 bilhões de m³/ano de água é bombeada em 2,5 milhões de poços artesianos.


Desse total, cerca de 30% é para uso doméstico, 25% para a agricultura e a pecuária e 10% para uso industrial. Embora seja um número alto, capaz de abastecer por ano a atual população brasileira, nem todos os poços são regulamentados.


Na prática, isso pode interferir diretamente na qualidade das águas, já que parte delas podem estar contaminadas. Parte da degradação do recurso pode estar associada com problemas de esgoto — que no país ainda não é totalmente tratado. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento, 100 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à coleta de esgoto.


Desse modo, o estudo apontou que a falta de saneamento é o principal causador da contaminação da água subterrânea. Além disso, em cidades com sistema de esgoto antigo, o vazamento também pode prejudicar o recurso.


Como construir poço artesiano


O terreno em que o poço será perfurado deve ter 8 metros de comprimentos por 3 de largura. O projeto deve contar com mapeamento geológico e geomorfológico, por isso precisa ser feito por um profissional.


A profundidade do poço irá depender das condições da região. Geralmente, a água pode começar a ser captada em 12 metros. Depois das obras, é necessário fazer o teste da vazão. Ele é realizado pelo mesmo órgão que concede a outorga.


Se a qualidade da água for aprovada, é que a bomba d’água poderá ser instalada. Existem diversos modelos disponíveis, sendo que a escolha deverá ser feita a partir uma análise das condições do poço.


Quando o poço estiver pronto, é necessário solicitar a outorga ao órgão competente para retirar a água. Em São Paulo, por exemplo, essa licença é concedida pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE).


Além de ser obrigatória, essa autorização faz com que o poço seja utilizado da forma correta e que avaliações de qualidade d’água sejam realizadas. Isso garante a saúde e o bem-estar de quem irá usar o recurso natural. A outorga vale por cinco anos e deve ser renovado antes do vencimento.

 

Por Aline Matos

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