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Escritor lafaietense participa do 4º Festival de Poesia de Lisboa
Divulgação
Publicado em: 12/11/2019 - 14:41
Portugal é um dos berços da nossa literatura e, de tempos em tempos, o oceano Atlântico parece tornar-se mais estreito e as duas terras-irmãs dão as mãos. Foi assim no 4º Festival de Poesia de Lisboa, realizado entre os dias 12 e 14 de setembro, com a participação do escritor e poeta lafaietense Carlos Reinaldo de Souza. Membro efetivo da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette (ACLCL), o imortal foi selecionado para participar do evento, juntamente com outros 120 escritores da Europa, África e América Latina. A promoção foi da Helvetia Éditions, sob a direção geral da escritora Janini Rosa da Silva, e teve como objetivo “alcançar integrantes da Comunidade Lusófona que gostem da poesia e se interessem em criá-la de diferentes modos, estilos e estéticas”.
Todas as atividades literárias foram realizadas no Salão Nobre do “Instituto Camões da Cooperação e da Língua Portuguesa”, situado na rua Rodrigues Sampaio número 113, na praça Marquês de Pombal, em Lisboa. O principal prêmio é conceder ao participante selecionado a publicação de um livro bilíngue de poemas, a ser editado na Europa e no Brasil, com versões em francês e português. Existem outras duas premiações que garantem aos autores selecionados as publicações de poemas e textos, sem ônus, em futuras edições da Helvetia Éditions.
O ilustre lafaietense também teve seu nome gravado na terra de Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Bocage e Almeida Garrett. Todos os poemas inscritos no 4º Festival de Poesia e as biografias dos respectivos autores estão reunidos na Antologia “A Vida em Poesia, Volume IV”, lançada no dia 14 de setembro, no Salão de Eventos do Sana Malhoa Hotel. Após o lançamento desse livro e entrega dos prêmios e certificados, todos participaram de um jantar festivo e de uma agradável confraternização cultural. A rica programação do festival ocorreu na Biblioteca e Salão Nobre do “Instituto Camões”. Autoridades da área literária, convidados especiais e demais participantes do Festival marcaram presença na Abertura Solene, realizada no dia 12 de setembro.
Sobre a programação
Um dos pontos destacados pelos participantes foi o formato do evento: moderno, interativo e instigante, capaz de proporcionar uma deliciosa imersão na literatura de maneira leve e, ao mesmo tempo, enriquecedora. A programação teve início com uma palestra do poeta e crítico literário brasileiro Carlos Seixas, que apresentou o tema “Haikai, uma Fotografia Poética e suas Invenções no Brasil”. Em seguida, a poetisa angolana e diretora adjunta da Helvetia, Carla De Sá Morais, residente na Suíça, apresentou o tema “O Processo Poético – da Inspiração à Publicação de um Livro”. À tarde, houve, ainda, mais uma palestra, oficina, roda de conversa e apresentação audiovisual em homenagem ao escritor português contemporâneo Manuel Alegre. Nos intervalos, apresentações de pockets shows pelos músicos brasileiros Branca Lescher e Wagner Barbosa, com forte interação.
A oficina foi ministrada pela terapeuta, escritora e poetisa brasileira, Luciane Couto, que desenvolveu o tema “A Poesia Terapêutica”. A seguir, houve palestra interativa pela escritora, poetisa, advogada e psicoterapeuta Laurinda Rodrigues, sobre o tema “A Função Primordial da Escrita Poética na Reconversão de Valores Sociais e Humanos”. Os trabalhos da tarde prosseguiram com a Roda de Conversa: “Camões dá o que falar”, apresentada pela equipe do “Instituto Camões”. No encerramento, ocorreu mais uma programação especial do “Instituto Camões”. A sessão foi mediada pelo antigo presidente de Portugal, Conselheiro de Estado, advogado, membro da ONU e ativista social Jorge Sampaio. O tema abordado foi “Portugal Muito à Frente: a Criação de uma Via Verde para o Ensino Superior nas Emergências”. Houve espaço para o debate de temas atuais, especialmente os da emigração e suas consequências.
No dia 13, a oficina “Poesia Falada” ficou por conta da artista plástica, poeta e ativista Inêz Oludé da Silva. Em seguida, “A Musicalidade na Poesia Concreta” foi tema de palestra proferida pelo escritor, poeta, maestro e professor Felipe Cattapan. Em uma mesa redonda, discutiu-se: “Poesia e Educação: a Autoria como Processo de Reconhecimento da Dissidência Política”, tendo como integrantes a poeta, ativista, pesquisadora e roteirista Maria Giulia Pinheiro, e o poeta, editor, educador, pesquisador e ativista João Innecco. Ficou reservada para a noite a cerimônia de certificação, entrega de prêmios, jantar festivo, apresentação musical e confraternização.
A programação do dia 14 foi aberta ainda durante a manhã, no Café, Livraria e Espaço Cultural “Ler Por Aí”, com sarau poético, declamações, lançamentos de livros solo e sessões de autógrafos. À tarde, na Biblioteca do “Palácio Baldaya”, houve o lançamento da 2ª edição do livro de poesia “De gaveta em gaveta”, da escritora Carla De Sá Morais, seguido de sessão de autógrafos e coffee break. Durante o evento, foi apresentada música portuguesa, especialmente o fado, com belíssimas interpretações de Joaquim Carlos Silva, vocalista do Conjunto “D’Alma”. A seguir, Carlos Reinaldo e sua esposa visitaram as dependências do Palácio Baldaya, antiga residência de nobres portugueses, construído no século XVIII. A primeira fonte histórica escrita revela que nele moraram dona Maria Joanna Baldaya e seu marido, João Nepomuceno de Atoguia de Sousa Coutinho, juntamente com seis criados, entre 1840 a 1859, na Freguesia de Nossa Senhora do Amparo de Benfica.
Soneto de autoria do acadêmico Carlos Reinaldo de Souza, selecionado para o IV Festival de Poesia de Lisboa
Elogio à Língua Portuguesa
Ó portuguesa língua, excelsa e bela,
deste voz à Camões, no mundo inteiro.
Em teu louvor o povo luso vela,
em gesto firme, nobre e prazenteiro.
Da Terra Lusa surge a Caravela,
atravessou o mar, com seu luzeiro.
Vaz de Caminha ao Rei, então, revela
a descoberta, qual fiel escudeiro.
A Carta escreve e fala da beleza,
da Nova Terra expõe a descoberta,
em português castiço com certeza!
Bilac exalta a língua, com nobreza,
defende, com vigor, em tese certa,
todo esplendor da Língua Portuguesa!