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Crise do Covid-19 deve durar pelo menos 5 meses
Divulgação
Publicado em: 26/03/2020 - 15:09
No momento em que a edição 1517 chegou à sua casa, quase 10 mil pessoas já tinham sido mortas pela Covid-19 em todo mundo e com mais de 3 mil vidas perdidas, a Itália já superava a China em óbitos e o Brasil estava apenas no começo da curva de crescimento, com sete mortes pela doença. Esse panorama pessimista tem levado muita gente a se perguntar: como Lafaiete e região serão impactadas por essa ‘crise dentro da crise’? Estamos preparados? O que é verdade e o que é mentira hoje? Esses e outros pontos firam abordados na primeira Live realizada pelo Jornal CORREIO. Com a presença de profissionais e representantes de variados setores, prestamos um serviço de esclarecimento. A discussão completa pode ser acompanhada no final desta matéria. Confira alguns trechos.
Rita de Kássia, enfermeira e secretária de Saúde - “Estamos no começo da infecção. A estimativa é que todo esse processo dure cerca de 20 semanas. Como não há casos confirmados ou transmissão sustentada, para que hoje um caso seja enquadrado como suspeito, a pessoa precisa apresentar os sintomas, como tosse, coriza, dificuldade para respirar e ter histórico de viagem. Nestes casos, a orientação é procurar a atenção básica”.
“O vírus sobrevive até 9 dias em uma superfície. Por isso, é importante manter os ambientes limpos”. “A cidade recebe cerca de 20 kits [para exames] por semana, que precisam ser distribuídos para as redes pública (SUS) e particular (plano)”. “Chás, água, vinagre, vitaminas C e D não previnem a doença. É preciso estar atento às Fake News. Procurem fontes seguras de informação”. “A recomendação é que as pessoas lavem as mãos cuidadosamente e usem álcool em gel 70 para higienizá-las nas demais situações. O isolamento também é muito importante, evitando aglomerações de pessoas. Especialmente para idosos, portadores de doenças e imunossuprimidos”.
Kennedy Neiva, empresário e diretor da Acias - “As empresas precisam se preparar para o que está por vir. A queda no faturamento começou na segunda quinzena de fevereiro e traça uma linha igualitária na região, indo de 20% a 60% e, dos 9 meses que estão pela frente, é preciso considerar uma renda 0 para, pelo menos, 2 meses”.
“A recomendação é estar atento ao fluxo de caixa. O governo está dando um prazo maior para pagar alguns impostos. Priorize a folha de pagamento e os fornecedores. Mantenha linhas de crédito abertas. Funcionários com sintomas devem permanecer em casa e durante a queda de movimento, dar férias pode ser uma opção. É preciso resgatar orçamentos e se reinventar. Sair de trás do balcão e fazer vendas ativas, mas sempre com atenção ao funcionário. Sou de uma geração que enfrentou as mais severas adversidades – só não passamos por uma guerra. Vamos sair disso mais fortes”.
Bento José de Oliveira, presidente do Sindcomércio - “O comércio não pensa em fechar. Com certeza, vamos seguir todas as orientações, porque mais importante que as portas abertas é a segurança de todos. Mas passamos por uma crise sem precedentes em formato e precisamos ter equilíbrio suficiente para não tornar a situação pior ainda. O comércio é a principal fonte de receita da cidade. Estamos acumulando perdas de 30%, 50%, 60%, como já foi colocado, e a nossa preocupação é não chegar a 0”.
“Até o momento, não há qualquer determinação dos órgãos de saúde para fechar as portas. As empresas já têm menos funcionários trabalhando. Por precaução e por causa dessa queda na arrecadação, muitas já estão antecipando férias. Também será feita uma escala, organizando o horário de abertura e fechamento das lojas para evitar aglomerações. Recomendamos que a presença de clientes no ambiente seja restrita a 50% do habitual e todas as medidas de prevenção estão sendo tomadas. Estamos buscando álcool em gel para atender as lojas e fornecendo orientações para atender os clientes”.
Aloísio Ramalho, consultor de negócios - As pessoas estão deixando de estar nos locais onde consomem. Por isso, é essencial trabalhar com uma antecipação de cenários, se preparando para os 30, 60, 90 dias que estão por vir. É hora de analisar: o meu segmento está entre os que serão mais impactados por essa crise? Como eu posso manter um faturamento nesse período? Minha sugestão é manter atenção ao fluxo de caixa. Procure fazer vendas mais elaboradas, aumentando seu ticket médio. Use de maneira eficientes os ambientes virtuais para fechar negócio. E se a sua empresa não possui um sistema de entrega, é urgente que ela ofereça esse serviço. E cuide do seu cliente interno; das pessoas que trabalham com você. Aos consumidores, meu conselho é que ‘comprem do pequeno’.
Sandra Romana Moreira, psicóloga e psicanalista - “Hoje, as pessoas enfrentam o medo de não saber quanto tempo durará a quarentena, medo de serem infectadas, frustração, tédio, ansiedade diante de informações falsas e das possíveis perdas financeiras. Isso nos leva a uma postura reativa . E é uma situação ainda mais complicada para quem já lida com a ansiedade. Acho que o mais importante é buscar serenidade. E como fazer isso? Minha sugestão é manter o foco na realidade, sem exageros e sem menosprezar o cenário. Pare e pense: é preciso mesmo sair estocando suprimentos? O desespero e aflição em exagero só vão trazer mais transtornos. Mantenha-se informado de maneira correta e entenda que esse é um período diferente nas nossas vidas; um ritmo diferente. Aproveite o tempo para cuidar de você e de quem está perto”.
Confira a Live completa: