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Com melhora no mercado, Gerdau religará alto-forno em Ouro Branco até julho
Divulgação
Publicado em: 29/05/2020 - 14:53
Maior produtora de aços longos das Américas, a Gerdau pretende religar o alto-forno da usina siderúrgica de Ouro Branco (MG) entre fim de junho e início de julho. A informação foi confirmada pelo presidente-executivo, Gustavo Werneck. Segundo situa, a Gerdau viu as encomendas no Brasil caírem 60% nas duas últimas semanas de março em relação aos níveis de janeiro e fevereiro, mas desde a segunda metade de abril observou um retorno dos clientes e uma recuperação gradual nas encomendas, especialmente dos vinculados à construção civil: “O momento mais difícil talvez já tenha passado”, disse Werneck em teleconferência com jornalistas sobre o resultado da Gerdau no primeiro trimestre, quando lucro líquido da companhia caiu cerca de 50%.
A mudança de cenário acontece cerca de um mês após a Gerdau anunciar cortes de produção em suas operações nas Américas, que incluíram desligar um dos dois alto-fornos na usina de Ouro Branco, e paralisação de parte de suas aciarias e laminações. “Maio pode encerrar com queda de 25% nos pedidos ante janeiro e fevereiro. Acredito que deve haver uma recuperação mais consistente, especialmente em construção civil”, disse o presidente da Gerdau. Gustavo Werneck também adiantou que a Gerdau ainda acredita que os planos de lançamentos de imóveis residenciais de construtoras para o segundo semestre sejam concretizados.
Diante dessa perspectiva positiva, e da queda na inadimplência de clientes nas últimas semanas, a companhia optou por religar aciarias que tinha desligado no Brasil por conta do impacto inicial na demanda por aço gerado pela epidemia de Covid-19. Neste momento, a Gerdau não deve fazer exportações adicionais de minério de ferro, focando a área no abastecimento da usina.
Sobre as operações da empresa nos Estados Unidos, o executivo comentou que foi a região de negócios da Gerdau menos afetada pelos impactos da pandemia. “É onde a demanda caiu menos, especialmente em construção civil. O que vimos de janeiro até março foi recuperação dos spreads metálicos, subindo 20 dólares por tonelada. Esperamos, agora, estabilidade nos spreads nos próximos três meses”, disse Werneck, referindo-se à diferença entre custo da matéria-prima, sucata, e o preço praticado pela empresa em seus produtos. Segundo Werneck, os spreads devem se manter também no Brasil nos próximos três meses. “Não enxergamos no curto prazo ambiente de aumento de preços no Brasil”, disse o executivo.