É lamentável ter que discutir num editorial o tormento das motos barulhentas em Lafaiete, um problema que se tornou crônico  e tem deixado a população doente e irritada. Além dos problemas decorrentes do dia a dia, como falta de saúde, de emprego e de dinheiro, além da temível e mortal Covid-19, a comunidade lafaietense ainda sofre com essas motocas endiabradas e suas consequências nefastas para a saúde das pessoas.

Esse tipo de situação é comum e recorrente apenas em Lafaiete e algumas cidades da região. Em Barbacena e Juiz de Fora, por exemplo, elas não são bem-vindas e a fiscalização é intensa. Dá pena de conversar com trabalhadores de padarias, lojas e restaurantes, principalmente da Telésforo Cândido de Resende, onde o ronco dos mo­tores ultrapassa o tolerável e irrita até mesmo o mais indiferente dos jacarés.

Já passa da hora de as autoridades darem um basta na cidade e cobrar de aplicativos de celular, que trabalham com entregas de alimentos, assim como pizzarias e lancherias, que só deem trabalho para quem respeitar a população e a mais elementar regra de trânsito: aquela que diz que qualquer tipo de veículo não pode e não deve circular sem o cano de descarga e o silencioso em perfeitas condições.

É preciso uma força-tarefa, que envolva comerciantes, gestores de aplicativos de entrega, autoridades policiais, judiciais e a prefeitura, para pôr fim a esse drama da população. Não é possível que um grupo de irresponsáveis, que não sabe viver em comunidade, passe a ditar as normas e as regras, numa cidade já castigada pelos problemas atuais. Vade retro motos barulhentas e indecorosas.