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Lafaiete perde mais um pescador
Divulgação
Publicado em: 05/03/2012 - 18:42
Daí vêm diversas indagações do tipo “então pra que viver?”. Para essa pergunta, o poeta Libanes Gilbran tinha uma definição interessante: devemos viver, porque a vida é a ânsia da vida por ela mesma. Isso que dizer que para valer a pena tem que ser vivida intensamente, vivendo cada dia como se fosse o único, sonhando e procurando alcançar esses sonhos aproveitando a oportunidade para tentar conquistar principalmente aquilo que o dinheiro não pode comprar. É nesta parte que pretendo falar sobre Juarez, que soube como poucos conquistar grandes amizades devido ao seu jeito sempre alegre e a maneira mais simples com que levava a vida. Amigo confiável, sempre disposto a ajudar. Conheci o Juarez quando comecei a trabalhar de turno na Açominas, e com o gosto comum pela pesca, logo ficamos amigos. Pescávamos muito, quase toda folga, em praticamente rodos os locais próximos a Lafaiete. Pescarias de lambaris, piabas, traíras, bagres etc. Em rios, lagoas e pesque-pagues. Certamente foi o Juarez o pescador com quem mais pesquei em toda minha vida. Por isto foram muitas histórias, uma das quais é bem interessante. Às vezes pescávamos com o senhor Geraldo (ex-comerciante do bairro São Dimas) e o mesmo fazia uso de alguns remédios de uso continuo, e sempre que chegávamos para apanhá-lo em sua residência sua esposa, preocupada, solicitava ao Juarez que não deixasse o senhor Geraldo se esquecer de tomar o remédio.Tão logo chegava à beira do rio, o Juarez pegava o inseparável vidro azul com cachaça e chamava o senhor Geraldo para tomar o remédio, conforme determinado pela esposa. E assim passavam a pescaria tomando cachaça como se fosse o remédio. E foram felizes assim.Juarez também era um grande contador de piadas com uma grande memória, memória digna de um computador, pois para qualquer assunto, ele tinha uma piada correspondente. Poucas pessoas tiveram a oportunidade de ver o Juarez aborrecido, mas como todo ser humano também teve seus momentos tristes, e eu como um amigo especial (muitas vezes ele disse que me considerava um irmão), fui seu confidente nos momentos difíceis, ajudando naquilo que me foi possível.Foram tantas as aventuras que vivemos juntos, que fica até difícil descrever todas elas. Juarez fará muita falta, por ser aquele amigo que não sabia dizer não, estando sempre disposto a fazer tudo aquilo para que fosse convidado, seja para pescar, viajar, trabalhar, jogar baralho, sinuca, fazer churrasco etc. Alguém escreveu um dia que os verdadeiros amigos pode-se contar com os dedos das mãos, por esse motivo sinto, hoje, como se tivesse somente com nove dedos.