Entre o cinza opaco do concreto e o azul perfeito do céu, um ipê desperta o olhar e desabrocha o sorriso de quem passa pela avenida Manoel Martins, no Centro. Com uma intensidade exuberante, o amarelo de suas flores rouba a cena em meio ao inverno e quebra a monotonia do espaço urbano. Mas é bom se apressar em contemplá-la, porque essa beleza é efêmera.

Como toda espécie caducifólia, o ipê perde as suas folhas em um determinado período do ano. E esse período de queda das folhas é coincidente com o de floração, que começa no final do inverno. A partir de então, são aproximadamente 15 dias de um espetáculo muito aguardado: quanto mais intenso o inverno, mais intensa a floração, que acaba por formar um imenso tapete dourado. Não é à toa que o ipê é arvore símbolo da cidade e a flor símbolo do Brasil.

A espécie tabebuia chrysotricha pode ser conhecida também como ipê-tabaco, ipê-do-morro, aipe, ipê-amarelo-cascudo, ipê-açu dentre outros nomes. O nome científico chrysotricha se refere a presença de pelos densos de cor de ouro nos ramos mais novos. Essa variedade de ipê acontece no Brasil nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.