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Cons. Lafaiete

Gás da ETE pode estar causando epidemia na Barreira


Divulgação



Publicado em: 28/09/2012 - 13:41


Além de relatar os problemas, os moradores pedem, no documento, a realização de perícia técnica, no sentido de averiguar a concentração de ácido sulfídrico na regiao. Na correspondência encaminhada ao promotor de Justiça da Curadoria de Defesa do Patrimônio Público, Glauco Peregrino, e assinada pelo presidente da Associação dos Moradores do Bairro Satélite (região noroeste), José Santiago Costa Presidente, alega-se, ainda,  que “a Concessionária de Serviço Público alega que praticou uma série de atos decorrentes de chamado ‘plano de ação’, desenvolvido por sua área técnica, no sentido de mitigar os odores provenientes do tratamento do esgoto, tendo comprovado no inquérito civil que tramita perante o Ministério Público a conclusão de diversas obras no sentido de solucionar o problema, fato este que não resolveu, tendo em vista a emissão de odores nos últimos dias”.


Assim, a comunidade afirma que a conduta da Copasa é reprovável: “Pedimos a responsabilização, em decorrência da emissão de gases e odores fétidos e, como não age de forma imediata e compatível, na obtenção de prestar um serviço eficiente, comparando às outras ETEs no Estado de Minas Gerais, cujo desconforto experimentado pelos moradores da região da Barreira é inquestionável (...) a continuação do processo administrativo, impondo, à concessionária, a resolução de tal martírio”, finaliza.

Efeitos do H2S

O gás que, de acordo com a comunidade e seus representantes, estaria sendo aspirado pelos moradores da região da Barreira, é o ácido sulfídrico – o H2S. Conforme detalhado em documento encaminhado ao MP, p H2S também conhecido como gás de ovo podre ou gás de pântano. Ele pode originar-se de várias fontes e, muitas vezes, é resultante de processos de biodegradação. É extremamente tóxico e inflamável, exigindo vigilância permanente e um plano de controle de emergência específico. Em algumas plataformas, os empregados mantêm máscaras de fuga, presas a sua cintura.


O H2S é incolor, tem odor de ovo podre a baixas concentrações (o que estaria ocorrendo por conta da ETE). Os efeitos toxicológicos dependem da concentração, duração, frequência das exposições e das condições físicas individuais. Quando o odor está forte e desagradável, mas não intolerável, causa tosse e imediata irritação nos olhos.  Os efeitos da intoxicação por H2S são similares ao do monóxido de carbono, porém mais intensos, e podem permanecer por um longo período de tempo, podendo causar danos permanentes. O gás tóxico paralisa o sistema nervoso, que controla a respiração, incapacitando os pulmões de funcionar, provocando asfixia.

 

Copasa responde

“As Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) são unidades passíveis de geração de odores desagradáveis e para controle desses odores, a Copasa adotou, na ETE Bananeiras, medidas como: cobertura das unidades, adequação dos filtros biológicos e dos decantadores e ainda, implantou mais seis leitos para secagem do lodo digerido, que minimizou muito o odor proveniente da ETE.


No processo de tratamento de esgoto, um dos produtos gerados é o gás sulfeto de hidrogênio (H2S) ou conhecido também como gás sulfídrico, que deve ser queimado juntamente com outros gases como o metano (CH4). O odor que está sendo reclamado pode ter como causa o entupimento do sistema de coleta e queima dos gases, gerados nos reatores anaeróbios, ocorrido pelo acúmulo de resíduos sólidos que passaram, em partículas menores, pelas grades protetoras existentes no Tratamento Preliminar da ETE Bananeiras.


A Copasa está promovendo obras para retirada de vazamentos dos gases no Reator 01, bem como substituição de toda a linha de gás que certamente irá impactar positivamente na minimização na geração de odores. Portanto, a Copasa solicita a compreensão de todos pelos transtornos que serão sanados após a conclusão das obras de recuperação.


A Copasa está ciente das melhorias e manutenções operacionais sob a sua responsabilidade, mas relembra que o uso correto da rede coletora de esgoto pelos clientes é necessário. Dessa forma, a Copasa conta com a parceria dos diversos segmentos da sociedade na divulgação dos procedimentos adequados para os descartes dos resíduos sólidos.


A Copasa ressalta que a ETE do Ribeirão Bananeiras na cidade de Conselheiro Lafaiete é um empreendimento que vem ao encontro do objetivo estratégico da Empresa de "Atuar com responsabilidade socioambiental". Contamos com a compreensão dos moradores da Bacia do Ribeirão Bananeiras, no sentido de evitar os lançamentos dos resíduos sólidos nas redes, pois além de comprometer o escoamento na rede coletora, prejudicam muito o processo de tratamento do esgoto na ETE”.


A nota foi encaminhada pelo encarregado de Produção da Copasa, Marco Aurélio Trindade.

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