Nesse domingo, 16 de junho, milhares de fiéis de Belo Horizonte se reuniram na catedral Cristo Rei, no bairro Juliana, para vivenciar um momento especial de devoção à Santa Teresinha do Menino Jesus. A catedral, situada na região Norte da capital, tem a honra de receber as relíquias da freira carmelita, canonizada no século XX, para uma série de missas e homenagens. A urna contendo o fêmur e os ossos do pé da Santa das Rosas, como é carinhosamente conhecida, chegou à cidade na última quinta-feira (13) e permanecerá na região metropolitana até a próxima quinta (20), como parte de uma peregrinação nacional que começou no início deste ano e segue até outubro.

"A visita na catedral é muito importante, aqui nós temos o relicário, e a sua visita produz avivamento em cada lugar, com muito amor. É a grande missionária", afirmou Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Belo Horizonte.

As relíquias, enviadas diretamente de Lisieux, na França, representam a dimensão missionária de Santa Teresinha, uma referência religiosa dos tempos modernos. Para a Irmã Janaine Muniz de Brito, carmelita mensageira do Espírito Santo e moradora de uma comunidade francesa que cuida da casa onde a santa nasceu, a visita simboliza a sua vocação. "Teresinha nos ensina a simplicidade e o amor. Para nós, é um incentivo de que podemos alcançar a santidade com os pequenos atos. Tudo faz diferença em nossas vidas se colocamos amor. Ela é missionária, está visitando o Brasil, mas sempre peregrinando. É muito bonito ver o amor do povo brasileiro por Santa Teresinha", afirmou.

Os bons exemplos da jovem freira carmelita são motivos de devoção para a família de Robson e Daniela Tanure de Matos, de 40 e 38 anos. "Além da nossa fé no Deus vivo, hoje viemos aqui ter um encontro com as relíquias de Santa Teresinha. Ela é um modelo a ser seguido de amor, doação e entrega total", disse Robson.

O casal trouxe os filhos Manuela e Miguel, de 10 e 8 anos, respectivamente, para celebrar a santa. "A nossa família deseja colocar Jesus como prioridade e ser uma família santa, assim como era a de Santa Teresinha", contou Daniela. Para a pequena Manuela, o domingo foi marcado por felicidade e emoção. "Ter as relíquias aqui de uma santa muito especial é um momento de felicidade. Quero um dia visitar as duas casas onde Santa Teresinha morou na França", revelou. Miguel também compartilha o sonho da irmã e endossa o desejo: "Eu quero um dia ir lá", afirmou.

O relicário contendo o fêmur e os ossos do pé de Santa Teresinha ficará na catedral Cristo Rei, na avenida Cristiano Machado, durante todo o domingo, com uma programação extensa que inclui missas até às 18h30.

**Quem foi Santa Teresinha?**

Santa Teresinha nasceu em Alençon, na França, em 2 de janeiro de 1873, e morreu aos 24 anos, em 30 de setembro de 1897. Apesar de jovem, a freira viveu intensamente sua juventude com uma vida dedicada à oração. Nascida em uma família temente a Deus e de boas condições financeiras, seus pais, Luís e Zélia, que agora são santos canonizados pela Igreja, tiveram oito filhos, dos quais quatro morreram ainda crianças. As quatro irmãs sobreviventes de Teresinha também se tornaram freiras (Maria, Paulina, Leônia e Celina). Com apenas 15 anos, Teresinha obteve autorização do Papa Leão XIII para entrar no mosteiro das carmelitas em Lisieux.

Em vida, a santa rezou pelos seminaristas e padres, sendo considerada a Mãe Espiritual de muitos sacerdotes e promotora das vocações. Em seus escritos, Santa Teresinha ensinava a "pequena via", uma teologia profunda baseada nas pequenas coisas do cotidiano feitas com amor, que, segundo ela, produzem frutos de santidade. Sua beatificação ocorreu em 1923, e ela foi canonizada pelo Papa Pio XI em 1925, que a chamou de "uma palavra de Deus". Em 1997, o Papa João Paulo II a proclamou doutora da Igreja.

A visita das relíquias de Santa Teresinha reforça a devoção e o carinho dos fiéis de Belo Horizonte por uma das santas mais amadas da Igreja Católica.

fonte: O Tempo