Mais Lidas
Leia Mais
Editorial: Cúmplices de um homicídio
Divulgação
Publicado em: 23/05/2013 - 23:43
E o alerta foi feito aqui mesmo, nas páginas do Jornal CORREIO. Em uma reportagem publicada em março, mostramos que, até o dia 12 do 3° mês, já tinham sido confirmados, na cidade, oito casos. Havia, ainda, 17 casos suspeitos. Mas o salto também foi assustador nos dois últimos meses: mais 237% de aumento. E para tornar a situação ainda mais complicada, a cidade registrou, nesse período, seis casos autóctones, ou seja, os pacientes não são mais unicamente pessoas que contraíram a doença em outras cidades. O mosquito vetor está contaminado e isso aumenta em muito o potencial de avanço da dengue.
Mesmo com todas as informações, a grande maioria das pessoas se nega a fazer sua parte, talvez pela falsa sensação de que nunca serão atingidas pelo problema. Sabem que bastam milímetros de água e um pouco de sol para que o inseto procrie e se multiplique, mas continuam mantendo caixas d’água destampadas, lixo no quintal, vasos de flores com acúmulo de líquido e até pneus e garrafas em áreas abertas. Até criticam os vizinhos, mas não fazem sua parte. Terão que aprender sentindo na pele, mas até que isso aconteça, deixam o caminho aberto para que toda a vizinhança se contamine. E como a doença mata, são, praticamente, cúmplices de um homicídio.
Não há mais tempo ou espaço para sutilezas. É preciso que hajam ações efetivas, por parte do poder público sim. Os agentes precisam intensificar as visitas, bater de porta em porta e trabalhar pela conscientização das pessoas. O setor de saúde também precisa estar apto para receber e tratar de forma rápida e eficiente os pacientes. Mas as ações mais eficazes ainda estão nas mãos dos cidadãos. Há problemas com lotes vagos, que precisam ser mantidos limpos, sem lixo e sem entulho. Mas a maioria absoluta dos focos está dentro das próprias casas. Ali mesmo, no quintal, ou em um inocente vaso de flores. É lá que o perigo segue acordado enquanto o cidadão dorme.