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Caso Cláudia Mara: Acusado de agredir ex-namorada está atrás das grades
Divulgação
Publicado em: 28/06/2010 - 16:08
De acordo com a delegada, Patrícia Terezinha Bianchete Leite, na sexta-feira, dia 18, o juiz decretou a prisão de Ademir. “Ele foi preso no sábado em sua casa; não resistiu à prisão. Ademir vai responder pelos crimes de lesão corporal, pena de até 3 anos; ameaça, pena de 1 a 6 meses; e desobediência, pena de 15 dias a 6 meses. O acusado prestou depoimento e confessou que agrediu a vítima. O inquérito está sendo concluído, tenho dez dias para encaminhar à justiça”, conta a delegada que afirma que mulheres que sofram algum tipo de agressão devem procurar a polícia para registrar ocorrência. “A partir daí é instaurado o inquérito policial e encaminhado à Justiça”, destaca.
Em recuperação, Cláudia Mara tenta reconstruir sua vida. Enquanto se dedica ao tratamento médico, ela tenta entender o que aconteceu: “O relacionamento com ele era muito bom. No início ele era legal, amigo, sempre companheiro. Com alguns meses de namoro ele já se mostrava ciumento. Passei por muitos constrangimentos em lugares públicos. Nos últimos tempos, ele sempre gritava comigo perto das pessoas; foi se transformando totalmente. Ameaçava até minhas amizades por causa de ciúmes. Terminamos. Foi inevitável. Ele pareceu aceitar o fim do namoro, mas, algum tempo depois, quando me via em certos lugares, começava a me perseguir”.
A mudança na atitude parece ter se tornado irreversível na madrugada do sábado, dia 13 de junho: “No dia em que tudo aconteceu, eu estava chegando em casa e deparei com ele de repente. Em um primeiro momento, eu tentei acalmá-lo. Pedi para ele parar, pois sabia que não conseguiria lutar contra ele. Comecei a apanhar e quando vi que não conseguiria sair, comecei a gritar muito alto, falando o nome dele para ver se algum vizinho escutava. Então ele tentou me enforcar. Consegui gritar o nome de uma vizinha, que veio até a minha casa e conseguiu me livrar dele. Eu já estava debaixo dele e ele me segurava pelo cabelo. Ela conseguiu fazer com que ele me soltasse e fugiu. Devo a minha vida a ela”, desabafa Cláudia Mara.
Depois da dor, o medo: “Ele sempre disse que se um dia fosse preso, voltaria para me matar”, afirma. Mesmo assim, Cláudia Mara não se arrepende de tê-lo denunciado: “O conselho que dou para essas mulheres que sofrem assim é que elas denunciem. Precisamos mobilizar as pessoas, mostrar o que acontece com certas mulheres e do que o homem é capaz. Não podemos apanhar caladas, temos que dar o grito”, alerta.
A recuperação
De acordo com Cláudia Mara, a recuperação tem sido cara e difícil: “Estou fazendo o tratamento pré-cirúrgico e, além da dor dos ferimentos, existe a dor por dentro. Sempre o respeitei e hoje carrego uma marca pelo resto da minha vida. O meu tratamento já está sendo realizado e tenho o apoio da minha família e dos meus amigos. Já a família dele sequer veio em minha casa perguntar se estava bem ou não. Antes de acontecer essa tragédia comigo, conversei com a mãe dele e pedi a ela para dar alguns conselhos para seu filho; mas foi tarde”, relatou.
Tentando se refazer da dor, o objetivo da jovem é curar o corpo e alma: “Todo esse sentimento de mágoa eu senti quando vi, ainda no hospital, o meu rosto todo ferido. Eu não conseguia acreditar como uma pessoa que dizia amar alguém fosse capaz de tamanha crueldade. Estou com afundamento da face lateral, fraturas no maxilar esquerdo e direito, quatro fraturas no nariz, deslocamento da retina dos olhos, hematoma nos olhos, vou ter que fazer fisioterapia nas pernas. Todas essas fraturas vão me custar muito caro. O pior é ter que superar todo o prejuízo emocional que ele me deixou.
Agradeço a Deus, em primeiro lugar, porque hoje esse monstro está preso. Não desejo essa experiência a ninguém, por pior que seja essa pessoa. Agradeço também a todos que querem me ajudar de alguma maneira. Também agradeço a minha advogada, que se empenhou em me ajudar e prender esse monstro. Eu lamento pela família dele, mas quando ele chutava meu rosto ele não pensou em mim e nem na minha família. No momento de denunciar, eu não poderia pensar na família dele”, lamenta.