25º
Cons. Lafaiete

Alguém cumprimentou os professores?


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Publicado em: 20/09/2013 - 11:46

Se a população de Lafaiete, segundo o IDHM, está perdendo para Ouro Branco na sua formação em cursos superiores, o mesmo não ocorreu até agora para a formação na educação básica. Segundo a matéria veiculada pelo Jornal Correio, “o município atingiu a pontuação 0,697 no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e bateu a média nacional (0,637), enquadrando-se no padrão de Médio Desenvolvimento Humano no indicador. Ouro Branco (0,680) e Congonhas (0,665) também superaram a média nacional. A pontuação vai de 0 a 1.” (p. 10). Confesso que estou por entender o silêncio de tanta gente.
Não sei qual é o nível de credibilidade dos dados do Atlas do IDHM e se o Atlas é confiável. Na verdade, não encontrei nem elogios e nem críticas a esse instituto de pesquisa. Mas, esperava de ouvir e ver elogios aos professores da educação fundamental.
Por que essa conquista não rendeu nenhum elogio aos professores do ensino fundamental e da educação básica? Estou inconformado. Não aceito o silêncio que é rompido só no dia 15 de outubro, no dia dos professores. Nesse dia muitos começam a rasgar sedas e a elogiar os professores. Isso é inaceitável! Fico, também, paralisado de ver a falta de articulação dos profissionais do ensino fundamental. Na medida em que penso sobre isso tudo, relembro vagamente da obra “Escuta, Zé ninguém” de Wilhelm Reich. Ele se declara decepcionado com a indiferença das massas pelo seu próprio destino, deixando entrever que o Zé Ninguém está na condição que merece. A indiferença pela Educação, por parte das massas e de muitas autoridades, é lamentável em nosso país.
Enfim, está chegando o dia dos professores, e então começaremos a ouvir elogios. Meu Deus, quanta bobagem! Eu queria que todos entendessem a Educação como compromisso social, para ser assumido no dia a dia, quando o professor está ali, em sala de aula, dando o sangue, sendo injustiçado pelas próprias condições de trabalho e pela lamentável falta de educação de  alunos. A sociedade precisa dizer alguma coisa, precisa tomar a defesa do professor. Isso seria provar de respeito e reconhecimento do valor e da autoridade do professor. O resto é palavra vazia que soa pior do que se não tivesse sido dita.
Todos nós que trabalhamos com séries mais avançadas questionamos o professor do ensino fundamental pelo fato de os alunos chegarem sem base ao ensino médio e superior. Mas sabemos que há vários deles que conseguem verdadeiros milagres com seu trabalho. O difícil é mudar a mentalidade de uma sociedade que, repetindo a atitude das autoridades, despreza a educação, levando seus filhos a agirem da mesma forma.
Eu não abro mão da esperança de ver a Educação sendo tratada com respeito. E você? Por favor, alguém pode nos ajudar a manter viva essa esperança?



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