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Cons. Lafaiete

Empresário destaca pontos fortes e fracos do mercado imobiliário de CL


Divulgação



Publicado em: 12/11/2013 - 13:52


Jornal CORREIO: O que tem motivado este esse brusco crescimento na construção e venda/compra de imóveis?

Kennedy Neiva: São muitos motivos. Além do déficit habitacional acumulado por anos, há vários outros fatores que favorecem possibilidades. Outro ponto importante são os bons empreendedores, que interpretam as informações sob o seu contexto e buscam enxergar oportunidades. É fazer as desvantagens virarem “dez vantagens”. Muitos conterrâneos ficam chateados por Lafaiete ser considerada como “cidade dormitório”. Eu vejo com bons olhos este rótulo. Vamos analisar a escolha de um lugar para dormir na região e considerar que o melhor seja Lafaiete. Na condição de empreendedor, percebo que quem quer dormir precisará mais que só cama e silêncio. Também gostarão de lazer, bons restaurantes, casas noturnas, cinema e bom centro de compras. Precisarão consumir produtos e serviços e a oportunidade sempre existirá, se pensarmos que é sempre possível fazer melhor em relação ao que já está feito, em qualquer lugar. Tenho certeza de que grandes investimentos não faltarão na região nos próximos anos. Aqui bem perto de Lafaiete está sendo feito pela Ferrous um grande investimento. Este grupo há poucos dias confirmou um total de R$ 1,3 bilhão de investimento na mina de sua propriedade em Congonhas. Com este investimento, mais de 14 mil empregos diretos serão gerados na região durante a obra. Se Lafaiete continuar fazendo o dever de casa certo, boa parte deste movimento vira para cá também. E quando tudo estiver funcionando em Congonhas e os trabalhadores, em sua maioria, escolherem Lafaiete para morar, estaremos preparados para recebê-los. Aqui há muitos empreendedores de visão e não perderão a oportunidade de continuar construindo tudo aquilo que a região demanda. Mais uma vez então nossa cidade pode desfrutar de mais possibilidades e continuar sendo reconhecida como polo comercial regional.



Jornal CORREIO: Que tipo de construção é mais comum em Lafaiete: casas, prédios comerciais ou residenciais?

Kennedy Neiva: Nossa cidade tinha massivo predomínio casas e pequenos e médios comércios até a década de 90. A partir daí o processo de verticalização passou a ser mais evidente. Lafaiete por muito tempo ainda será a cidade das casas. Talvez pelo fato da cidade ainda não ser tão grande, continuar tranquila e segura, mesmo experimentando razoável crescimento. As lojas comerciais também são muitas, mas poucas unidades são ofertadas para venda, principalmente se considerarmos a região central da cidade. A maioria está disponível apenas para locação. Então, lançar empreendimentos com lojas comerciais em pontos preparados para a atividade é uma boa aposta. Sobre os prédios comerciais, principalmente salas comerciais, acredito que as unidades já lançadas são suficientes para atender a demanda local por um bom tempo.



Jornal CORREIO: A construção hoje pode ser considerada um dos pilares da economia de Lafaiete?

Kennedy Neiva: Creio que sim. Não é muito difícil perceber, basta observar, há obras por toda a cidade. Em qualquer rua da cidade encontramos uma obra, pode ser uma casa em construção, um prédio ou uma pequena reforma. Além disso, Lafaiete tem aproximadamente 40 mil edificações com energia elétrica atendida pela Cemig, muitas delas construídas há décadas e já precisando de reforma. As reformas não ocorreram só por falta de dinheiro, há crédito fácil mas ainda falta mão de obra.



Jornal CORREIO: Quantas pessoas, em média, trabalham no setor?

Kennedy Neiva: O setor da construção civil é de longe o que mais emprega hoje em Lafaiete. Acredito que um quinto de nossa força de trabalho vem deste setor.



Jornal CORREIO: Quanto esse mercado movimenta em negócios anualmente?

Kennedy Neiva: Toda a cadeia da indústria da construção civil movimenta muito dinheiro. Provavelmente três dígitos na casa dos milhões de reais. É muito grande, pois as etapas da construção civil são muito abrangentes diretamente. Envolve desde a compra de uma área para parcelamento de solo e criação de loteamentos até uma simples reforma na pintura de uma parede da sala.

Jornal CORREIO: O que o senhor considera ser o ponto fraco e o forte do mercado imobiliário em Lafaiete?

Kennedy Neiva: O ponto forte é que nossa cidade tem uma grande proporção de empreendedores competentes em comparação com a maioria das cidades em volta. Isso é muito importante para economia local. Outro ponto importante, e visível, é que muitos dos construtores começaram a buscar mais qualidade em suas obras. Desde a mão de obra até preocupação em construir de acordo com certificações de órgãos específicos, respeitando parâmetros de legalidade, responsabilidade ambiental e tributária. Isso traz uma tranquilidade muito grande para todos, inclusive para o consumidor.


O ponto fraco é que poderia haver mais entrosamento e troca de informações entre os empreenderes da construção civil. Precisam conversar entre si de forma mais direta e próxima para evitar lançarem investimentos que aumentem as chances de fracasso dos outros. Se a demanda irá se tornar limitada para mais de um empreendimento é melhor para todos se houver diversificação das atividades. Ou seja, se eu sei que meu concorrente vai lançar um condomínio com 300 apartamentos em um determinado bairro, eu não devo ir para mesmo bairro e fazer um empreendimento semelhante. Não haverá mercado suficiente.


Penso que o cliente hoje é global, mas o consumo final é local, ou seja, mais perto de casa. Sabendo antes, há a possibilidade de eu reavaliar e investir em outros produtos e serviços diferentes nas proximidades. Será melhor pois: as 300 famílias que habitaram os 300 apartamentos do concorrente terão acesso a mais bens e serviços, não prejudicarei o meu concorrente, terei mais chances de sucesso no meu empreendimento e os próprios moradores irão aproveitar da maior prosperidade do local. É melhor para todos.



Jornal CORREIO: O que pensar antes de construí ou reformar?

Kennedy Neiva: Muitas pessoas constroem e reformam sem planejamento e não valorizam os profissionais que mais podem ajudar a diminuir o custo de sua obra. Como construtor vou direi como faço. Não construo sem fazer projeto topográfico. Após receber o projeto do topógrafo entrego o mesmo para um arquiteto e só após discutir tudo necessário é que autorizo o serviço. Junto ao projeto arquitetônico, contrato um engenheiro. Bons cálculos garantem economia e segurança na obra, e claro, este é o profissional que acompanhará sua obra até o final e não deixaráseu construtor cometer erros. Após todos estes passos é a vez de encontrar o construtor. Nunca contrate sem colher informações, visite pelo menos três obras realizadas por ele e pergunte aos proprietários como foi o relacionamento com o construtor durante a obra, pergunte se ele construísse novamente se contrataria o mesmo construtor.


Contratado o construtor é hora de iniciar a obra. Já na hora da compra dos materiais procure comprá-los na cidade onde você está construindo.Lembre-se,materiais sempre faltam ou sobram em uma obra e se o fornecedor for da cidade você terá mais chances de conseguir trocar as sobras e ter mais assistência do lojista, o que pode diminuir muito o custo da obra . Quando chegar a hora do acabamento o profissional especialista é o decorador. Vai ajudar a materializar tudo mais próximo da melhor forma que você poder bancar. Favorece um ambiente mais agradável e o mais importante, com menos quebradeira e desperdício. Recomendo novamente comprar seus materiais na cidade onde você esta construindo, agora não por comodidade, mas pelo ideal de manter forte economia da nossa cidade. Tenha esta atitude nas compras dos os outros setores também. Esta atitude ajuda a valorizar inclusive seu imóvel, pois, imóvel construído em cidade de economia fraca não tem valor.


Ainda sobre comprar na própria cidade, digo para todos os clientes que forem à Belo Horizonte fazerem orçamento para construção ou reforma que voltem com os preços encontrados e procurem uma das várias lojas do setor da construção em Lafaiete. Garanto que comprarão pelo mesmo preço ou por um pouco menos. Se mesmo assim decidir comprar fora de onde está construindo, fique atento, é bom contratar profissionais da mesma cidade onde realizará a compra, já que terá mais facilidade para resolver possíveis problemas. Dificilmente você poderá ficar viajando para trocar e comprar complementos para sua obra.


Jornal CORREIO: Como você vê o comércio eletrônico?

Kennedy Neiva: O comércio eletrônico a cada dia avança mais sobre o varejo convencional, mas isto não deve assustar o lojista. Não faltará espaço para quem atender bem, de forma honesta e respeitando o cliente. O atendimento on-line é muito bom, mas ainda acredito nos grandes benefícios do relacionamento presencial entre vendedor e cliente. Facilita no esclarecimento de dúvidas, tomada de decisões e negociação de preços. Quero agradecer a todos os clientes e colaboradores da Construcenter Rede GMINAS, por acreditarem que podemos crescer juntos e que juntos podemos ser mais fortes.

 

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