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Apenas 2% dos municípios mineiros têm plano de mobilidade


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Publicado em: 25/11/2013 - 17:50


Almeida foi um dos expositores da Agenda com os Municípios: Construindo Planos Municipais de Mobilidade Urbana, realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta segunda-feira (25/11/13), em Curvelo (Região Central do Estado). O encontro integra o Fórum Técnico Mobilidade Urbana - Construindo Cidades Inteligentese visa a ajudar os municípios mineiros a cumprir a legislação que exige o plano.

O representante da Sedru disse também que apenas 5% dos municípios mineiros possuem conselho de transporte, um comitê formado por poder público e sociedade civil para avaliar e debater soluções para o transporte local. Ele destacou, ainda, que 15% deles não possuem em sua estrutura nem mesmo um órgão oficial, secretaria ou autarquia por exemplo, para cuidar do assunto.

Os dados apresentados são da Pesquisa de Informações Municipais, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O assessor da Sedru salientou que é importante o envolvimento de todos não apenas na produção do plano, mas em sua operacionalização e avaliação futura. “Muitos planos diretores foram produzidos, mas sua aplicação prática dependia de regulação futura, que em muitos casos não aconteceu. Não podemos deixar que isso aconteça com os planos de mobilidade”, disse.

Envelhecimento populacional aumenta o desafio

O professor do curso de Geografia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Glauco Umbelino, falou sobre as mudanças presenciadas na última década que deram às questões relacionadas à mobilidade urbana caráter de urgência. Para ele, o envelhecimento da população é um dos itens a ser observado. “O idoso tem mais dificuldade de locomoção e a cidade precisa contar com acessibilidade para essa parcela dos cidadãos, que é cada vez maior”, disse.

Ele lembrou que o processo de envelhecimento implica também um grande número de pessoas em idade economicamente ativa, que são os que usam com mais frequência o transporte individual, e isso precisaria, segundo ele, ser levado em conta no planejamento municipal. “A solução para os problemas gerados por esse cenário é a geotecnologia, que usa ferramentas para simular e planejar o uso e a ocupação do solo. Temos que usar inteligência geográfica para projetar o que Curvelo tende a vivenciar nas próximas décadas e saber onde agir”, afirmou.

O delegado Rodrigo Otávio Rodrigues acrescentou que o município conta hoje com 34 mil veículos, o dobro de oito anos atrás: em 2005, o número não chegava a 17 mil. Segundo ele, cerca de 30% dos veículos que atualmente circulam na cidade são motocicletas. “Nós convivemos diariamente com os problemas dessa opção, como os acidentes diários”, disse.

Rodrigues afirmou, ainda, que há um grande número de bicicletas na cidade, mas que o número de crimes, como furtos e roubos, que envolve esse veículo é enorme. “Podemos, claro, fazer uma opção por privilegiar o uso de bicicletas, mas há de se pensar em como oferecer segurança para os usuários – tanto no trânsito quanto no que se refere a esses crimes”, afirmou.

O deputado Paulo Lamac (PT), que coordenou a reunião, afirmou que a questão da mobilidade urbana só ganhou destaque nos últimos anos porque pessoas que usavam o transporte coletivo passaram a usar o carro individual. “O problema não nasceu agora, ele existe há muito tempo. As pessoas eram levadas de qualquer jeito em ônibus precários, lotados, mas não eram ouvidas. Agora que elas têm carro, incomodam”, afirmou.

Para ele, o modelo de transporte coletivo no Brasil é muito atrasado, e é preciso mudar a cultura da sociedade e sua relação com esse tipo de transporte. O parlamentar lembrou que os planos municipais de mobilidade precisam estar prontos até abril de 2015. “Vivemos um momento de transição, no qual as cidades estão tendo que arcar com novas e relevantes atribuições, e a ALMG vai auxiliá-las”, disse.

Curvelo foi a oitava cidade a receber o encontro, que ainda será realizado em outros três municípios mineiros.

Oficinas - As palestras foram realizadas durante a manhã na Faculdade Arquidiocesana de Curvelo. À tarde, acontecem oficinas práticas para a construção de planos municipais de mobilidade urbana.

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