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Cons. Lafaiete

Cuidados com a volta às aulas


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Publicado em: 13/02/2014 - 20:57


Principalmente as crianças menores, por serem mais dependentes, acabam ficando tristes e entrando em sérios processos de desmotivação interna, quando os adultos não prestam atenção aos detalhes das suas linguagens. Para piorar, muitas vezes elas estão na escola que os pais querem, por nunca terem tido a oportunidade de estudarem nela. Essa projeção psicológica dos recalques e frustrações dos adultos geram danos muito complicados às crianças. No fundo, os pais estão felizes e elas aceitam a condição porque percebem essa projeção dos responsáveis e gostaria de vê-los felizes, ainda que isso custe sua tristeza. Não faça isso! Não sacrifique as crianças e os adolescentes para garantir a sua felicidade!
O cuidado dos adultos em ficar atentos aos detalhes serve também para o início do ano letivo, na volta às aulas, principalmente, se as crianças e adolescentes mudaram de escola. Com certa frequência repito que Deus mora nos detalhes e o diabo esconde atrás deles. Portanto, é preciso ficar atentos a eles. Eles constituem microrrealidades extremamente reveladoras das riquezas e pobrezas de macro realidades.
Procurem saber de quem as crianças e os adolescentes serão amigos e com quem eles vão se relacionar. É preciso ficar atentos se os adolescentes estão ou não ficando com ou namorando alguém. Em minha experiência docente já vi meninos totalmente irresponsáveis melhorando sua motivação interna, obtendo notas melhores, tornando-se mais empenhados e responsáveis por terem iniciado namoro com meninas “cabeça”. Mas, já vi meninos se desorientando complemente por iniciarem namoro com meninas que só iam à escola a passeio, como se estivessem em um shopping. Vi essas experiências positivas e negativas acontecendo mais com os meninos. Mas, testemunho que vi também o contrário: meninas que melhoraram sua motivação interna e, consequentemente, seu desempenho escolar, por terem convivido ou namorado com meninos que tinham objetivos claros e bem definidos na vida. Portanto, precisamos ter o cuidado necessário para perceber, a tempo, se nossos dependentes estão progredindo ou regredindo em sua vida escolar. Isso vale para quando eles forem universitários também, certo?
Depois que eu conheci a música “Nós dois”, cantada por Caetano Veloso, passei a adaptar uma frase dela e a usá-la em sala de aula. Diz a letra que: “Quando a gente gosta, é claro, a gente cuida.” Eu acrescento uma fala aos meus alunos: E cuidar é cobrar. É tentar “ser firme, sem perder a ternura jamais” (Ernesto Che Guevara). Em geral, nós homens, somos mais relaxados nesse cuidado e cobrança. Mas, algo fica cada vez mais claro para mim como educador: As crianças e os adolescentes gostam de serem cuidados e cobrados. Primeiro, porque sabem que estão sendo cuidados. Segundo, porque quando não cobramos nada deles, fica evidenciado que estamos cuidando de algo que consideramos mais importante para nós do que eles. Isso é interpretado como abandono.
Volto à música do Caetano: “Por que você me deixa tão solto? E se eu me interessar por alguém?” Não temos a garantia de que a pessoa por quem nossos dependentes podem se interessar vão cuidar deles melhor do que nós.  Talvez, sejam piores. Então diremos o quê?
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