Um exemplo claro disso é a situação terrível das polícias militar e civil de Minas Gerais. O exemplo desse caos está aqui, bem pertinho de nós, em Lafaiete. A polícia civil não consegue investigar nada, por causa do sucateamento de sua frota e da falta de efetivo. Na PM é a mesma coisa. Recentemente, um grupo de quatro tiras teve que abortar uma perseguição policial a dois assaltantes na rua Nossa Senhora da Conceição, no bairro Manoel de Paula, porque a viatura em que eles estavam simplesmente parou de funcionar. Tem ainda o problema do conflito de interesses e do “ciúme” latente na relação das duas corporações. Todos sabem que elas precisam e devem trabalhar juntas para o bem do cidadão e de sua segurança, mas as autoridades ignoram e fingem que ele não existe, a não ser quando uma tragédia acontece, como no assassinato covarde do jornalista no Rio de Janeiro.
Se formos enumerar problemas que são relegados a planos secundários pelas autoridades (executivo, legislativo e judiciário), teríamos que abrir várias páginas de uma só vez. Preferimos destacar os mais cruéis, que ceifam vidas diariamente, como o mortal trecho de 66 km que separam nossa maltrapilha cidade do trevo de Ouro Preto. Não dá para entender que num país onde se gastam bilhões na construções de estádios de futebol, faltem recursos para duplicar, recapear e, se necessário, mudar a engenharia de uma estrada de apenas 66 km, que já matou mais que a guerra da Síria. Como pode acontecer uma coisa dessa? O mundo deve estar de cabeça para baixo, ou o povo brasileiro deve achar que mora no país do “faz de conta”. Preferimos a segunda opção.