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No novo rancho Cinco Amigos
Divulgação
Publicado em: 25/07/2014 - 13:43
Inaugurado recentemente, o novo rancho fornece todos os confortos que um pescador pode querer. São três amplos quartos, energia elétrica, dois banheiros, garagem para dois carros, hall, cômodo para materiais de pesca, cozinha e uma área muito boa onde rolam altos papos e onde são feitas as refeições. Uma TV de 42 polegadas com SKY, ventiladores, fogão de 6 bocas, forno micro-ondas, dois barcos e respectivos motores de popa e dois freezers completam as mordomias do local, situado em frente a um excelente ponto de pesca do rio Paracatu.
A pescaria
No mesmo dia da chegada, os barcos e motores foram colocados na água, pelo sistema de carretinha elétrica, sem qualquer esforço por parte dos pescadores. Enquanto uns cuidavam disso, outros preparavam o almoço e as cevas que seriam colocadas em pontos estratégicos do rio. Ronaldo e Silvestre saíram em seguida para amarrar as cevas e algumas bolas de ceva para curimbas já foram jogadas num pesqueiro acima do rancho. No tablado que existe em frente ao rancho, foi também iniciada a ceva do local. Neste dia, alguns pequenos peixes já foram apanhados, sendo alguns soltos e outros preparados para o tira gosto da noite no rancho.
No segundo dia, Ronaldo e Praynha foram até o encontro dos rios do Sono e Paracatú, onde este último tentou sem sucesso fisgar algum dourado usando iscas artificiais. Embora não tenha conseguido capturas, a habilidade e a destreza nos lançamentos foram alvo de muitos elogios do Ronaldo. Realmente, ao longo da pescaria o Praynha se mostrou um verdadeiro “Az” na arte de arremessar iscas artificiais, além de se revelar, literalmente, um excelente fotógrafo, tirando da natureza toda sua beleza e exuberância para sua máquina digital.
Os pescadores Luiz Ramalho e Paraíba, por não terem tido sucesso no pesqueiro escolhido para curimbas, resolveram deixá-lo e investir pesado no tablado, o que lhes rendeu alguns bons peixes ao longo da pescaria. Eles apanharam um peixe que não conhecíamos e que depois foi identificado pelo senhor Domingos, morador do local, como sendo o “Lamprão”, peixe que tem a cabeça de lambari, corpo de sarapó e olhos de pacamã, segundo ele. Ronaldo continuou sua busca pelas matrinchãs, piaus e pacus, tendo apanhado vários exemplares. Silvestre, além de outros peixes menores, conseguiu apanhar um piau de 1 kg e um douradinho de mais ou menos quilo e meio que foi devolvido à água.
Na quarta feira, Silvestre, Ronaldo e Praynha foram conhecer uma lagoa rio abaixo, com a intenção de fisgar algum tucunaré, o que não foi possível em razão da existência de muitas algas que impediam o correto trabalho das iscas. Mesmo assim, o lugar se revelou muito bonito e várias fotografias foram feitas lá. Foram feitos alguns pinchos no rio, mas também sem sucesso. O Zinho Mendes tentou obstinadamente capturar alguns peixes, tendo conseguido mais sucesso nos dois últimos dias de pescaria, o que aconteceu com quase todos os pescadores, pois eles resolveram aparecer em maior quantidade apenas neste período. É que as cevas demoraram um pouco mais que o normal para produzir os seus efeitos no sucesso da pescaria.
O Luiz Ramalho foi o campeão das curimbas, com 20 peixes capturados. O Praynha e seu sogro Paraíba ficaram conosco apenas até a quinta-feira, saindo cedo com destino a Lafaiete. Foi muito bom estar com eles lá. Pessoas amigas, bem humoradas, cooperativas, enfim, excelentes companheiros de pescaria.
A copa do mundo
Estávamos no rancho na hora da catástrofe. Vendo pela TV, não acreditávamos que a Alemanha estava fazendo gols no Brasil a cada três minutos. Foi realmente frustrante assistir a este jogo decepcionante. Eu, Ronaldo e Luiz Ramalho, comentávamos antes do jogo a coincidência de assistirmos jogos de Brasil e Alemanha pela Copa do Mundo, já que, em 2002, estávamos na turma que pescava no rio Teles Pires no Estado do Mato Grosso, quando, naquela ocasião, há 12 anos, diferentemente de agora, sagrávamos pentacampeões mundiais com a vitória por 2 a 0. Coisas que só o futebol pode proporcionar. No dia seguinte, assistimos também, meios sem graça, a Argentina se classificar para fazer a final do mundial com a Alemanha.
A natureza
Se os peixes não foram em grande quantidade, a natureza nos brindou com coisas espetaculares. Auroras maravilhosas. Pores do sol magníficos. Lua deslumbrante. Flores de várias qualidades. O rio estava lindo, com suas águas calmas e refletindo ora as nuvens e o sol ora o luar próprio das ocasiões de lua cheia. Tucanos, araras azuis e amarelas, gaviões e micos foram fotografados em seu habitat natural. Cardeais, canarinhos da terra, bem-te-vis e joãos de barro eram nossos companheiros diários no pesqueiro do tablado. Um bando de garças passava à nossa frente todas as manhãs e tardes, um deles proporcionando uma fotografia sem igual conseguida pelo Praynha. Realmente, foi um espetáculo onde pudemos ver a presença viva de Deus nesta linda natureza.
O retorno
Na sexta à tarde, encerramos a pescaria, lavamos os barcos e os recolhemos à garagem. Depois desmontamos as nossas varas de pesca, guardamos todos os apetrechos utilizados na pescaria e fizemos a mala, pois sairíamos bem cedo no outro dia. Um peixinho frito com angu e cerveja fizeram a nossa despedida. Uma boa noite de sono e às 6h do sábado já estávamos saindo com destino a Lafaiete, onde chegamos por volta das 14h30, após a tradicional parada para almoço no restaurante Beira Rio.
Agradecimento
Os pescadores agradecem aos proprietários do Rancho Cinco Amigos, principalmente ao Ronaldo Oliveira, pela oportunidade que tiveram de conhecer e desfrutar desta grande e confortável hospitalidade.
José Silvestre Vieira
Aposentado e pescador