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Eleitora deficiente chora por não conseguir votar
Divulgação
Publicado em: 14/10/2014 - 17:40
O entrave foi apresentado pela necessidade de subir uma escada, o que gera dificuldades para a cantora, que tem os movimentos limitados em razão de um problema de saúde. “Não tem condições. Eu não subo escadas sem ajuda. Acho que falta acessibilidade para ajudar as pessoas que têm deficiência”, protestou, chamando a atenção para vários pontos da cidade em que a situação se repete.
Meire informou que não é a primeira vez que acontece algo parecido: “Há dois anos, quando votei aqui, eu pedi muito que colocassem a seção na parte de baixo. Lá em cima é difícil demais para quem não pode subir”, comentou.
Meire Lucy mostrou-se frustrada: “Vim exercer minha cidadania com muito amor e carinho e não respeitaram meu direito devido à minha falta de condição para subir uma escada”, criticou. Meire ponderou que quando votava em outra seção, tudo ocorria de forma tranquila, mas desde que houve a transferência para o Napoleão Reis, os transtornos são vários. “Meu sentimento é de revolta, de ódio, de raiva. Vou ter que justificar. Nunca fiz isso. Sempre votei”, afirmou.
A indignação de Meire foi compartilhada pelo vereador Antônio Severino (PT), que presenciou o fato. Ele informou que fez um pedido para mudar a seção das pessoas que têm deficiência, mas não foi atendido. “Eu acho um absurdo. Em 2012, na eleição municipal, já tinha encontrado com a Meire e outro amigo que queriam votar, exercer seu direito, mas não tinham acessibilidade. A solicitação ao cartório eleitoral foi em 2013, logo após as eleições, pedindo que fossem cadastrados todos os portadores de necessidades especiais, que não tivessem condições de acesso. A resposta foi a de que já tinham tentando isso e que não dava certo porque eram poucos. Acho um absurdo isso. Tem que ser feita alguma coisa”, reclamou.
Segundo o vereador Toninho, ele fará um ofício para os vereadores para demonstrar esse quadro de indignação. “Não adianta fazer uma homenagem, como foi feito para a Meire ano passado, dando título de honra ao mérito, e na hora, ela não ter condições de votar por incompetência da Justiça Eleitoral”, disse, afirmando que a Constituição garante o direito à acessibilidade e os Poderes Executivo e o Judiciário teriam que dar as condições necessárias para que todos possam votar.
O Jornal CORREIO encaminhou um ofício para o cartório eleitora, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.