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Artista lafaietense se destaca com quadros que retratam a região
Divulgação
Publicado em: 25/06/2015 - 00:00
Um dos destaques da programação do Abril Poético, o artista plástico,
Wanderlei Mendes, falou à Reportagem do Jornal CORREIO sobre seu trabalho. Ao
contar seu envolvimento com a arte, ele destaca a necessidade de superação
frente às frustrações e aos desafios e da maneira inusitada com que se rendeu à
pintura.O artista ainda comemora o sucesso de sua exposição que ficou patente
até o final de abril no casarão da Piedade em Rio Espera, reformado há pouco
tempo. O evento contou com a participação de figuras políticas e registrou
grande visitação. “Fui bem recebido e a população local se mostrou
bastante sensível à arte. Levei oito quadros figurativos e dois abstratos, pois
são os que me dão mais satisfação ao pintar. Quis sentir a reação das pessoas
porque temos a tendência de ver na pintura apenas coisas que identificamos”,
explica o pintor, revelando que pôde escutar alguns comentários muito
pertinentes referente ao seu trabalho. Wanderlei, que assina seus quadros como W. Mendes, informou que a
dedicação à arte aflorou em 1995. Antes disso, ele chegou a fazer um curso de
pintura, mas ficou um tanto frustrado com as aulas e foi trabalhar em uma
agência bancária. Nesse período, a pintura ficou em segundo plano. “Algum tempo
depois, por conta de uma redução do quadro, fui demitido. Então voltei a me dedicar
à arte”, disse o artista.Mendes recorda ainda das primeiras pinceladas que foram seu passaporte
para o meio artístico. “Tinha muita expectativa quando pintei meu primeiro
quadro. Se não ficasse satisfeito, certamente, buscaria fazer outra coisa, mas
me dediquei, por cerca de sete meses à tela que é bastante rebuscada, um quadro
renascentista. A paciência valeu a pena. Muitas pessoas elogiaram o trabalho e
busquei uma análise de especialistas que ratificaram a qualidade. Um deles,
inclusive, adquiriu de imediato o quadro”, conta.Entre outras obras, o artista cita uma tela que retrata a Santa Ceia. A
imagem foi pintada pelo mestre Aleijadinho e fica em Congonhas, em meio às
capelas dos Passos da Paixão que compõem o Santuário do Bom Jesus do Matozinhos.
Wanderley reproduziu a imagem e a tela fica exposta na casa paroquial da igreja
do Bom Pastor, no bairro Santa Matilde (zona sul). “Gosto muito desse quadro.
Considero o mais trabalhoso. Foi uma homenagem ao grande mestre”, ressalta.Das criações próprias, Mendes destaca um quadro que retrata uma índia,
desenhada com o olhar carregado de revolta e um pedido silencioso de respeito,
quase audível, ao encarar a tela. “Pintei a partir de uma fotografia. Imagino
que o fotógrafo tenha sido evasivo e, por isso, o olhar repreensivo”, explica.Ainda sem programação de outra exposição, Wanderlei revela que se dedica
à pintura de um quadro especial. “Estou pintando as flores do jardim da minha
casa. Foram plantadas por minha mãe, falecida em 2008. Quero deixar isso eternizado
em homenagem a ela”, afirma.