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BH suspende cirurgias e deixa lafaietenses em alerta


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Fanny Elen
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Publicado em: 15/07/2015 - 00:00

Lafaietenses que aguardam a marcação de uma cirurgia eletiva em Belo Horizonte terão que ter uma dose extra de paciência. Se o agendamento já era demorado, a tendência é piorar. Isso porque a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte suspendeu na quarta-feira, dia 1°, a marcação das cirurgias para quem não mora na cidade, e o estado reduziu em 60% a verba destinada aos procedimentos. As demandas do interior correspondem a 41% das cirurgias feitas em Belo Horizonte e a alegação é de que faltam recursos do Governo Federal para manter o atendimento. Os repasses do governo estariam atrasados desde outubro do ano passado.

Conforme o secretário adjunto de Saúde, Roberto Sant’Ana, as cirurgias eletivas têm tido seu número diminuído desde o ano de 2014 e já é alvo de intervenção do Mi­nistério Público. “O impacto de interrupção de prestação de cirurgias eletivas vem se agravando há algum tempo”, revela. De acordo com o adjunto, Lafaiete possui 218 pacientes que necessitam de cirurgias classificado como média complexidade e 26 que aguardam procedimentos de alta complexidade em várias áreas. “Ainda temos cirurgias eletivas que foram devolvidas pelo Sistema em Belo Horizonte, por não haver prestador de serviço disponível para realizá-las”, disse Roberto, informando que os procedimentos são em número de 32 nas especialidades de otorrino, urologia, cirurgia plástica, oftalmologia e ortopedia.

Um dos pacientes na fila por cirurgia é o jovem Mairon Cesar de Sousa Costa, 26 anos. Ele precisou colocar uma placa e pinos no antebraço, mas um dos pinos atingiu seu tendão. Ele espera pela cirurgia há cinco meses e não tem nenhuma previsão de quando poderá realizá-la. “Não sei dizer como está meu encaminhamento e com a suspensão das cirurgias em Belo Horizonte terei que conviver ainda mais tempo com a dor”, disse.             

Roberto informa que não é possível precisar o número de pacientes encaminhados por mês a Belo Horizonte para realizar procedimentos cirúrgicos. Segundo ele, o número varia de acordo com a disponibilidade do sistema e também da demanda dos pacientes de toda a região, centralizada em Lafaiete.

O Ministério da Saúde anunciou o repasse de R$ 143 milhões para nove estados e o Distrito Federal. Entre as dez unidades da federação que receberão o repasse, Minas Ge­rais é o estado que mais terá recursos disponibilizados - R$ 48 milhões. Ainda assim, as cirurgias para pacientes do interior continuam suspensas em Belo Horizonte, pois o valor é referente a cirurgias já realizadas. O repasse para novos procedimentos será feito em data ainda não estabelecida pelo ministério.

Roberto ainda informou que, pelo fato do sistema de saúde ser único e as interrupções das cirurgias ocorrerem em função financeira, mesmo que o Hospital Regional estivesse em funcionamento, teria suas atividades interrompidas, pois também estaria sem os recursos necessários para realizar os procedimentos. De acordo com o Ministério da Saúde, o número de cirurgias eletivas no Brasil aumentou 11,7% em dois anos, passando de 2.120.580 em 2012 para 2.370.039 procedimentos em 2014. No mesmo período, o investimento do Ministério da Saúde saltou de R$ 1,04 bilhão para R$ 1,33 bilhão (crescimento de 27,2%).

 

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