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Saúde
Caxumba volta a atingir adultos em Minas
Divulgação
Publicado em: 02/06/2016 - 00:00
Uma doença "antiga", conhecida por nossos avós e bisavós, e que se espalha com mais facilidade na época mais fria do ano está de volta. Doença de notificação compulsória em Minas Gerais, a caxumba atingiu, pelo menos, a 3.502 pessoas em 2015. Até abril deste ano, foram 435 casos notificados e duas ocorrências de surtos, nas regiões sudeste e sul do estado. Adolescentes e adultos jovens foram os mais acometidos, muito provavelmente porque, quando os atuais adolescentes e adultos jovens eram crianças, não estava indicada a dose de reforço. Com o tempo, a imunidade deles diminuiu.
Os sintomas começam com febre, dor de cabeça, dores musculares, desânimo, cansaço, náuseas e dor abaixo da orelha. Mais ou menos um dia depois, começa a aparecer o inchaço característico na região da mandíbula. Os gânglios do pescoço, em geral, aumentam de tamanho e a pessoa tem muita dor nesta região. Dói muito para mastigar. Isso porque a parótida é uma glândula salivar e está toda inflamada. Quando tem que produzir saliva, dói. Alimentos ácidos, que provocam muita salivação, são extremamente desconfortáveis e contraindicados para quem está com caxumba.
Vacinas protegem contra doença
Uma boa notícia é que vacinas conferem proteção contra a doença e estão disponíveis no SUS: são a Tríplice viral (contra o sarampo, a caxumba e a rubéola) e a vacina Tetraviral (contra o sarampo, a caxumba, a rubéola e a varicela). De acordo com o Calendário Nacional de Vacinação, a primeira dose da vacina Tríplice viral deve ser aplicada aos 12 meses de idade. Aos 15 meses, correspondendo à segunda dose contra a doença, deve ser aplicada a vacina Tetraviral. Após essa idade, a vacina Tríplice viral é também administrada em duas doses, dos 2 aos 19 anos, com intervalo de 30 dias entre as doses, e em dose única, dos 20 aos 49 anos. Quem já se vacinou ou já teve a doença uma vez, tem proteção garantida ao longo da vida.
Segundo a coordenadora de Doenças e Agravos Transmissíveis da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Tatiane Bettoni, a melhor forma de checar se o indivíduo está protegido é pela consulta ao cartão de vacinação. "Se a pessoa não tem mais seu cartão vacinal, o procedimento a ser seguido é verificar seu histórico vacinal, também chamado de caderneta espelho, nas unidades onde foram feitas as vacinações. Com o nome completo do usuário, é possível resgatar a segunda via. Se não for possível constatar o histórico vacinal, o usuário terá que receber as doses indicadas para garantir sua proteção", afirma.
Evitando a caxumba
A caxumba é transmitida pela saliva contaminada e por gotículas de saliva com os vírus que ficam em suspensão no ar. Por isso, deve-se evitar compartilhar talheres, pratos, copos ou respirar muito perto de quem está com caxumba. O problema é que a pessoa acometida pode estar transmitindo a caxumba (sem saber) uns 3 dias antes dos sintomas começarem. E permanece contagiosa até mais ou menos 7 a 10 dias depois que os sintomas surgiram. O período de incubação dura de 2 a 3 semanas. Quem já teve caxumba não precisa se preocupar: a doença protege para o resto da vida.
Essa enfermidade é causada por um vírus para o qual não há nenhuma terapêutica específica. O tratamento mais importante consiste em uma boa alimentação, hidratação e repouso. Principalmente o repouso, para que o sistema imune utilize nossas energias para se defender e evitar as complicações. O vírus pode acometer outros órgãos e sistemas, e dar meningite, orquite, que é a inflamação dos testículos, a ooforite, que é a inflamação dos ovários, pancreatite, neurite ou até surdez. Se os dois testículos forem acometidos de forma importante, o homem pode ficar estéril, mas isso é muito raro de acontecer. Quando acontece, é mais comum que seja em apenas um testículo. O testículo bom funciona normalmente e, neste, caso não há risco de esterilidade.