Recomeço de quem deu um mau passo na vida, quase sempre, é bem difícil. Sem a oportunidade de voltar atrás e apagar o passado, homens e mulheres que tiveram seu histórico manchado pelo crime convivem com o desafio de escrever uma nova história. E encontrar tantas portas fechadas pode ser um dos motivos para a reincidência. É pensando na ressocialização dos detentos ? não à toa, chamados de recuperandos - é que as Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (Apacs) buscam parcerias para devolver a dignidade aos condenados e reinseri-los na sociedade. A mais recente foi firmada com o Instituto Minas pela Paz e pode mudar a vida de dezenas de pessoas por meio da profissionalização.

Fundada pelo Conselho Estratégico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a Organização Não Governamental (ONG) reúne dirigentes de grandes empresas do estado, como a Fiat e a Vallourec, que se uniram para apresentar projetos e propostas para o governo e instituições. Uma das iniciativas promovidas pela instituição - o Programa Regresso, que trata da inserção profissional de egressos e recuperandos do sistema prisional ? acaba de chegar a Lafaiete. "Nosso foco são Apacs.  Não atuamos no sistema prisional comum, mas as Apacs têm todos os nossos esforços, seja na qualificação do recuperando, na busca de parcerias para geração de rendas nas Apacs, ou na expansão das instituições. O Programa Regresso tem como prioridade a qualificação dos recuperandos", explica o consultor do Instituto Minas pela Paz, o publicitário Eneias Alessandro da Silva Melo.

Para viabilizar esse trabalho, a fundação encontra suporte no Sesi e Senai, que participam oferecendo cursos de qualificação, como o de Mecânica de Automóveis, que beneficiará os recuperandos da Apac de Lafaiete. "Este curso, especificamente, nasceu da iniciativa da Fiat, junto ao Sesi e Senai, como um modelo que atendesse as Apacs. Foi criado após uma pesquisa entre recuperandos, que apontou esta como a formação mais desejada entre eles. O curso proporciona a oportunidade de uma profissão, que poderá ser exercida por eles após cumprirem sua pena, ao mesmo tempo em que dá às Apacs a oportunidade de ter suas próprias oficinas mecânicas", explica.

Leia a matéria completa na edição impressa, que estará nas bancas a partir deste sábado, dia 4 de fevereiro de 2017.