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Queixas sobre preço da conta de água sobem 650% em Lafaiete


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Jornal Correio
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Publicado em: 18/06/2020 - 10:04

Desempregada, a dona de casa Isabel Cristina Silva, 47 anos, quase passou mal ao receber uma conta de água com valor quatro vezes maior do que costumava pagar. No São Lucas (região sudeste), o analista em TI Cláudio Tiago de Souza, 38, também sentiu no bolso o impacto de uma conta de energia elétrica, que sempre ficava na casa dos R$220, R$250, passar para R$713,28. E agora, foi a fez do administrador Maurício Luciano de Freitas receber uma conta no valor de R$435,45, em vez dos R$150 habituais.


Morador do bairro Progresso (região sudeste), ele também afirma que não houve mudança nos hábitos de consumo dele ou dos outros dois moradores da casa: “Banho e eletrodomésticos. Nada além do que já fazíamos, que pudesse justificar esse salto de consumo de 120kwh para 404kwh. Não consigo concordar com isso e sei que não sou o único com esse problema. Pretendo ir até onde for possível para que a Cemig reavalie e acerte o valor justo, para que eu possa, então, pagar a conta”, reclama.


Eles não estão sozinhos nessas reclamações. De acordo com a gerente do Procon em Lafaiete, a advogada Mariana Rafaela de Oliveira Mendes, só entre janeiro e maio, 22 clientes procuraram a unidade para registrar uma reclamação contra a Cemig. Mais da metade delas (13) estava ligada ao preço da conta. Para ter uma ideia, no mesmo período do ano passado foram 14 atendimentos – e só 5 deles estavam ligados ao valor cobrado – um aumento de 160% nas reclamações do tipo e de 57% no geral.


Já sobre a Copasa, as reclamações saltaram de 4 nos 5 primeiros meses do ano passado (2 por preço da conta) para nada menos que 27 – 15 deles referentes ao valor da conta (aumento de 650% nas reclamações sobre preço e 575% no geral). “As principais reclamações, tanto em 2019 e 2020 são referentes ao valor da conta, a serviços de instalação e sobre o fornecimento tanto de água, quanto de luz”, pontua.


Em relação à Cemig, reclamações como essa já foram registradas em várias cidades do estado e em alguns casos, como em Juiz de Fora, o Ministério Público de Minas Gerais abriu investigação. Em Lafaiete, reclamações ainda estão em fase de tratamento. “Caso se trate de dano coletivo de direito do consumidor, elas serão enviadas para o MP, que deverá realizar os procedimentos que julgar necessário”, explica a gerente do Procon.


A orientação neste momento é que, ao notar cobranças fora do habitual sem mudança no comportamento do consumo, o consumidor deve entrar em contato com a empresa e passar a medição real, do dia em que está ligando, para registrar a reclamação. ‘Esse dado é de extrema importância, pois é ele que prova que houve erro nas informações constantes na conta que o consumidor recebeu. É importante que o consumidor anote o protocolo dessa reclamação e, caso não seja resolvido, contate o Procon, para que seja iniciado um procedimento de averiguação junto ao setor de atendimento aos Procons”, orienta.

Cemig responde

A Cemig informa que não houve, em 2020, nenhum reajuste de tarifa para os clientes da empresa. A companhia informa também que, atualmente, os 1.500 leituristas atuam regularmente, tomando todas as precauções e seguindo todas as recomendações dos órgãos de saúde e de vigilância sanitárias. Somente foram emitidas pela média algumas faturas de março, no início da pandemias, quando as questões de segurança e procedimentos de trabalho ainda estavam sendo alinhados. Atualmente, estão sendo emitidas, pela média dos últimos 12 meses, somente as contas dos clientes que não permitem a entrada do profissional da Cemig para acessar o padrão de energia.

A autoleitura é uma alternativa à disposição do cliente. A leitura pode ser informada por meio dos canais de atendimento, como o aplicativo Cemig Atende no smartphone, a agência virtual Cemig Atende Web na internet, o SMS (enviar um torpedo para o número 29810) e os aplicativos Telegram e Whatsapp.

No caso da cliente que reclamou o valor da fatura, houve faturamento por media em março, que gerou uma conta de menor valor do que o que havia sido realmente consumido. Posteriormente, nas contas de abril e maio, foi feito o acerto. É importante observar que o consumo da maioria das famílias aumentou durante o isolamento social, devido ao maior número de pessoas em casa e consequente utilização da energia elétrica por mais tempo.

Copasa responde

A Copasa informa que, caso o cliente perceba que o consumo do imóvel esteja maior do que o normal, é importante verificar a ocorrência de vazamento interno. Após essa checagem, ele poderá também solicitar a aferição do hidrômetro. A empresa ressalta, no entanto, que durante esse período de quarentena imposto pela pandemia do Coronavírus, o consumo das residências tende a aumentar, uma vez que os moradores estão passando mais tempo em suas casas.

A Companhia esclarece que, em decorrência do fechamento das Agências de Atendimento, medida adotada pela empresa para diminuir a circulação de pessoas e contribuir para mitigar o avanço da Covid-19, as reclamações e solicitações de serviço devem ser feitas pelo “Fale Conosco”, disponível no site: www.copasa.com.br. O cliente deverá enviar uma mensagem esclarecendo a situação e informando a matrícula do imóvel ou o identificador do usuário. A Copasa irá avaliar a demanda e entrará em contato com o cliente para dar um retorno sobre a solicitação.

Além desse canal virtual de atendimento, cliente pode entrar em contato também pela central de atendimento telefônico no número 115 ou pelo Aplicativo Copasa Digital, disponível para IOS e Android, gratuitamente, durante 24 horas.

 

 

 

Serviço

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Para evitar aglomerações, o Procon Lafaiete está realizando atendimento através de plataformas digitais: via WhatsApp (31)9 8489 3830, pelo e-mail [email protected] ou, ainda, pelo telefone 151.

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