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Com fechamento estimado de 600 empresas em Lafaiete, lojas físicas migram para o online


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Mauricio João Vieira Filho
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Publicado em: 03/06/2021 - 12:04

 

Com portas fechadas, queda drástica nas vendas e necessidade de arcar com custos fixos, mesmo sem faturamento, a empresária Fabiana Moreira não viu outra opção. Em novembro passado ela encerrou as atividades da loja física que mantinha há 7 anos na rua Tavares de Melo, no Centro. E essa decisão não afetou apenas a vida e os planos dela e da sua família: a empresa empregava outras sete pessoas – sete outras famílias que também foram impactadas: “Eu nunca tinha enfrentado nada parecido como a pandemia; nunca pensei que a loja ficaria fechada por tanto tempo. E isso pagando aluguel, água, luz. Foram tantas as dificuldades que enfrentamos sem qualquer apoio do município, que não teve outro jeito”, conta a empresária, que hoje trabalha em casa, vendendo pela internet: Fazer ‘live de vendas’ tem sido a melhor maneira de vender”, acrescenta Fabiana Moreira, que aproveita para deixar seus contatos: Instagram: @fabianamoreira_. Facebook: fabianamoreira. WhatsApp: (31) 98512-6231.

O exemplo de Fabiana Moreira é um entre muitos. Segundo dados da Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg) informados pelo Sindcomércio, desde o início da pandemia, 258 novas empresas do comércio de bens e serviços iniciaram atividade. Tiveram maior destaque os segmentos ligados ao setor imobiliário, manutenção de automóveis, transportes e alimentação. Mas, infelizmente, esse número não foi suficiente para evitar um saldo negativo: “Projeções baseadas no levantamento feito pela CNC indicam que cerca de 330 empresas encerraram a sua atividade”, cita o presidente da entidade, Bento José de Oliveira.

No entanto, os números tendem a ser bem maiores: “Especialmente em função da crise, muitas das empresas que fecham as portas não conseguem tomar as providências de baixa de registro junto aos órgãos estatais. Com isso, elas são consideradas ainda em funcionamento. Isso nos faz crer que o número real pode chegar a 600 empresas fechadas no período”, acrescenta. Ainda segundo o Sindcomércio, os setores mais afetados foram aqueles que mais dependem da presença dos clientes e aqueles que ficaram fechados por força dos decretos municipais. “Esse foi o caso, por exemplo, de academias, bares e restaurantes e do setor de calçados e confecções”, lista.

Dentro desse cenário, o caminho seguido por Fabiana Moreira também é trilhado por outras empresas - inclusive por aquelas que ainda resistem ao encerramento das suas atividades: “As restrições de funcionamento impostas pelos decretos municipais e a mudança de hábitos decorrente da pandemia aceleraram o uso dos meios digitais e transformaram a internet em uma opção de sobrevivência para muitas empresas. O espaço também trouxe uma nova oportunidade de trabalho para muitas pessoas que perderam o emprego”, explica Bento.

Socorro às empresas

De sua parte, o órgão afirma estar buscando maneiras de auxiliar os seus representados: “A fim de apoiar as empresas, entre outras providências, o Sindcomércio celebrou convenção coletiva de trabalho com o Sindcomerciários, com a possibilidade de abertura em alguns feriados, regras mais favoráveis para as empresas que ficaram fechadas e maior facilidade de aplicação das regras trabalhistas das MPs 1045 e 1046, que tratam redução de salário e jornada e de suspensão de contrato de trabalho entre outros pontos”, pontua Bento José de Oliveira. Mas apesar de causarem impactos positivos, as medidas ainda não são suficientes. Diante dos impactos sociais causados pelo encerramento simultâneo das atividades de tantas empresas e consequente aumento no número de desempregado, o órgão pede um socorro efetivo por parte da prefeitura:

“O comércio da cidade não suporta mais fechamentos. Neste momento, o município precisa cuidar mais efetivamente da manutenção dos protocolos sanitários, com fiscalização mais eficientes nos eventuais focos de aglomeração, acelerar a vacinação, promover a isenção de tributos, como IPTU, ISS e taxas e mesmo o pagamento de auxílio financeiro indenizatório para as empresas que ficaram fechadas. As empresas precisam linhas de crédito com condições facilitadas, a exemplo do Pronampe, mas com maior facilidade de acesso e das desonerações tributárias do município, do Estado e do Governo Federal”, finaliza Bento José de Oliveira.

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