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Histórias de pescador
Divulgação
Publicado em: 07/06/2010 - 18:35
Os contadores de histórias são seres com encantos ainda maiores que as suas histórias. Pelos seus talentos, fizeram realidade a idéia de criar um espaço de resgate do hábito ancestral de passar o conhecimento e construir a cultura popular através da contação de histórias. Cada um contador é protagonista inédito de registro, valorização e divulgação das culturas das comunidades de todas as regiões do Brasil. Ouvi, outro dia, a seguinte história: “Não gosto de bater papo e nem de contar vantagem, mas eu não sei o que é medo e sou um homem de coragem. Se um tubarão me ataca, não corro não estremeço. Boto a mão na sua boca, viro ele do avesso.
Eu nunca vi tanto peixe como no rio dos Pinhais, um peixe saiu na margem e gritou: não agüento mais. Por favor vem me pescar, aqui está tão apertado! Eu prefiro morrer frito do que morrer afogado.
Fui à África caçar e peguei fera com a mão. Construí uma peruca com a juba de um leão. Já peguei onça no tapa e deixei-a mansa que nem gato, hoje ela está mansinha lá em casa, correndo atrás de rato.
Um pescador quando viu que os peixes eram demais... de medo saiu correndo e os peixes correndo atrás.
Fui fazer uma pescaria. Contando o povo admira. Peguei um peixe tão grande que até parece mentira. Com o tamanho do peixe, o ribeirão entornou, quando tirei o bicho pra fora, a água do rio secou.
Joguei a minha rede, pra pescar curimatã. Peguei vinte toneladas, sem contar as matrinxãs.
Passei por uma pinguela que cruzava o rio Moji, só quando estava no meio vi que era uma sucuri.
Fui pescar em alto mar a baleia me engoliu, quando estava dentro dela fiquei como ninguém viu. Cocei a goela da bruta e quando a danada tossiu, quase uma légua distante, a baleia me cuspiu.
Vamos parar de conversar. Esse papo é perigoso. Se alguém estiver ouvindo, me chama de mentiroso”.
Acredite se quiser.