O risco de desabamento de um barranco tem gerado preocupação entre moradores, pedestres e motoristas que cruzam a rua Adolfo Siqueira, na altura do São João (zona sul). Em anos anteriores, deslizamentos de terra foram registrados, chegando a provocar interdições parciais da via. O medo é que a situação se complique com as chuvas, conforme revela o aposentado João Luiz de Moreira, de 70 anos: "Minha casa fica entre as ruas Manoel Fonseca de Resende e a Adolfo Siqueira e, por isso, conheço a situação e posso falar: é um descaso da prefeitura. O risco aqui é de acidente mesmo. O barranco desceu e a terra está em ci­ma do passeio", denuncia.

Ainda segundo o aposentado, o problema é recorrente: "Essa já é a segunda vez que acontece isso. O Ministério Público já pediu para que fossem tomadas as providências, mas nada foi feito. É preciso fazer um muro de contenção. Nem precisa ser muito alto; basta ser o suficiente para proteger quem passa na rua, deixando um espaço para os pedestres passarem. Se chover muito, corre o risco de descer mais terra", alerta.

Quem também acompanha com receio o pro­blema é o líder comunitário Manoel Ves­púcio. Morador da região, ele se lembra de quando o barranco cedeu, em frente ao 594, ainda no ano passado, e afirma que, desde en­tão, os transtornos se tornaram frequentes: "Não tem como as pessoas passarem aqui. Te­mos que andar na rua. O passeio foi tomado pe­la terra", afirma. Vespúcio critica o imbróglio que se tornou a situação: "A prefeitura diz que não pode fazer nada, porque é um terreno particular, mas quem desaterrou o local há alguns anos para abrir a rua foi ela própria. A prefeitura pediu um parecer jurídico e o procurador do município alega que é particular. Mas fizeram um muro idêntico dentro de uma área particular na região da Barreira", alega.

Diante do impasse, o líder comunitário cogita outros caminhos para resolver o problema: "Já pedi uma resposta por escrito do procurador, mas até hoje não chegou na minha mão. Eu pretendo entrar na justiça. Vão esperar as pessoas serem atropeladas aqui? O morador, um senhor aposentado, fez a sua parte para tentar conter o barranco. O orçamento desse muro feito pela prefeitura é entorno de R$ 93 mil. Já propus ao secretário de Obras que se a PMCL der o material, a própria comunidade faz, mas nem isso ele se dispôs", afirma.

O vereador Toninho do PT também verificou a situação de perto e cobrou uma solução: "Vi a situação da Adolfo Siqueira. Fotografei e vou fazer um requerimento endereçado ao prefeito, solicitando providências para evitar que possa ocorrer algum atropelamento, visto que o barranco está ocupando o passeio. Acho que o município tem que fazer uma intervenção, junto ao proprietário do lote, para fazer uma contenção. Pode chegar a gerar uma obstrução do trânsito", alerta.

A Prefeitura foi comunicada, via ofício, da queixa da comunidade, mas até o fechamento desta edição não havia se pronunciado.