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Mãe de 12 filhos desaparece a caminho de reunião comunitária


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Fanny Elen
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Publicado em: 03/10/2016 - 00:00

Os filhos de Matilde da Silva Cruz, 69 anos, vivem um drama desde que a mãe deles desapareceu sem deixar pistas, no sábado dia 17. Eles montaram uma estratégia que vai desde a colocação de cartazes até a busca de informações pelas redes sociais para saberem do paradeiro da matriarca da família. Até mesmo os filhos que residiam fora da cidade, agora, estão em Lafaiete e unem esforços com a polícia.

O último contato antes do desaparecimento foi com o filho mais novo, Fábio Júnior da Cruz. Ele conta que no sábado à noite, esteve na casa dela, no bairro São Vicente de Paula, com alguns irmãos, seu filho e sua esposa. "Antes de vir embora ainda tomamos um café. Eu insisti que viesse comigo, mas ela se recusou porque tinha uma reunião na manhã de domingo", conta, afirmando se tratar de um encontro comunitário, no residencial Dom Luciano, nas proximidades da Linhazinha. "Ela pegou uma carona para ir lá e após essa reunião, ela tinha a previsão de ir para a casa de meu irmão, Célio, que mora no Lima Dias. Porém, ela não compareceu à reunião. Passou-se o domingo e eu achava que ela estava com meu irmão e meu irmão pensava que ela estava comigo. Meus irmãos, que moram em um povoado, achavam que ela estava em Lafaiete", disse.

Apenas na terça-feira, dia 20, uma irmã disse que ela não tinha chegado. "Então, ligamos para o meu irmão Célio e ele informou que a nossa mãe não esteve lá. Nós esperamos o ônibus das 17h30, mas ela não chegou. A partir daí começamos as buscas. Eu fiz contatos com conhecidos. Já na quarta-feira, fui à Polícia Civil e registrei um boletim de ocorrência. Demos sequência às buscas e contatos com conhecidos e divulguei o fato em redes sociais. Também pesquisei nos hospitais e verifiquei junto ao Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] e Bombeiros para ver se tinha ocorrência com alguma pessoa com as características da minha mãe", relatou, afirmando que até a quinta-feira, dia 22, não conseguiu nenhum retorno. "Atualmente minha mãe morava sozinha, mas sempre tinha pessoas fazendo visitas a ela, além dos contatos constantes por telefone; todos os dias, praticamente. Ela também sempre participava de grupos da comunidade onde é vice-presidente da associação dos moradores de São Vicente de Paula. Ela estava acompanhando bastante a política, dando apoio aos candidatos que iam lá fazer campanha", afirma.

Fábio e seus irmãos espalharam cartazes pela cidade e intensificaram a divulgação em redes sociais. "Nós estamos fazendo acompanhamento junto com a polícia para qualquer informação. Já fizemos buscas em toda a região, mas não encontramos nenhuma pista, até hoje. A única informação que temos é de que ela entrou no veículo a caminho da reunião, mas não sabemos como ela terminou. Fiz a avaliação junto ao coordenador do projeto e ele me disse que sempre via minha mãe, mas no dia da reunião, ela não compareceu e não assinou a ata do dia.

Busca incessante

O filho conta que o drama fica ainda maior a cada informação desencontrada. "Já falaram que ela foi vista nas proximidades da rodoviária e do São João (zona sul). A gente liga no celular dela, mas nem chama. Somos 12 irmãos, sete homens e três mulheres e tem mais duas irmãs que minha mãe criou. Ela sempre tem a bondade no coração de querer ajudar o próximo. Estamos todos apreensivos. A nossa vida parou e estamos todos nessa busca incessante, dia e noite", disse, afirmando que qualquer informação é um fio de esperança que surge. "Estamos muito abalados. Também estamos orando muito, porque é isso que tem nos fortalecido. Minha casa, no bairro Santa Matilde (zona sul), se tornou um ponto de concentração. Todos fixaram moradia. Meus irmãos que moram fora vieram para Lafaiete. Estamos unidos para encontrá-la. Não vamos desistir, não vamos perder a esperança. Nossa família está desestruturada, porque ela é a base", relata, informando que sua mãe é parda, tem altura baixa, cabelo grisalho na raiz e preto nas pontas, na altura do ombro. Segundo o filho, ela também tem algumas manchas de idade no rosto. "É uma pessoa totalmente lúcida, leva uma vida normal, viaja, participa de eventos. Os medicamentos que ela toma podem ser considerados comuns pela idade, que são de pressão e tomava um também por irritação de pele que tinha nos pés", conta.

Outro filho de Matilde, Luciano Vander da Cruz, 38 anos, veio de São Paulo para ajudar a encontrar a mãe. "Estando distante, ficamos muito preocupados, sem saber o que fazer. Pedi um afastamento da empresa para poder acompanhar as buscas. Não é fácil para a gente que é filho sentir uma dor dessa. Meus irmãos é que me comunicaram e quando eu estava no trabalho. Na hora, nem acreditei, mas quando confirmou o desaparecimento, eu quis vir para Lafaiete. Minha mãe não tem desentendimento com ninguém e tenho fé que ela vai aparecer logo", afirmou o filho, mostrando confiança de que irá rever sua mãe bem. 

Quem tiver qualquer informação pode ligar nos telefones (31) 9 9300-3258 / 9 9312-3791. Se for preciso, pode ligar a cobrar. Qualquer informação é importante.

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